O XXVI Congresso do PSD começa esta sexta-feira em Barcelos, uma reunião que serve para legitimar a liderança de Pedro Santana Lopes, quatro meses depois de ter assumido a presidência do partido.
Até domingo, cerca de mil militantes vão estar reunidos no Pavilhão Municipal de Barcelos, onde irão discutir as 37 moções apresentadas, mas as poucas vozes críticas da ascensão de Santana Lopes à liderança do partido e do Governo deverão estar ausentes.
A abertura do início dos trabalhos será feita às 19:00 desta sexta-feira pelo presidente da mesa do congresso, Manuel Dias Loureiro. Logo de seguida, Santana Lopes fará a sua primeira intervenção na reunião.
Ao longo da noite, serão apresentadas e debatidas as moções apresentadas pelos militantes, entre as quais se encontra a do líder do partido, intitulada «Tempo Novo».
Na moção, Santana Lopes aborda a questão das próximas eleições, mas sem avançar qualquer nome para as presidenciais de 2006 e sem indicar se o partido irá fazer coligação com o CDS-PP nas legislativas, previstas para o mesmo ano.
«Não é tarefa do congresso definir uma candidatura presidencial», refere Santana Lopes na moção, remetendo para o final do primeiro semestre de 2005 a definição de uma posição.
A maioria das outras 36 moções que estarão em debate também contorna a questão presidencial e a política de alianças, deixando à direcção de Santana Lopes caminho livre para decidir após a reunião.
Só o vice-presidente da JSD Sérgio Azevedo indica implicitamente o nome do ex-primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva como o candidato melhor colocado para vencer as presidenciais de 2006.
Sérgio Azevedo é também o único subscritor de moções de estratégia que rejeita liminarmente que o congresso passe ao lado da política de alianças.
O congresso de Barcelos, que ocorre quatro meses depois de Durão Barroso ter abandonado a chefia do partido e do Governo para presidir à Comissão Europeia, representa também uma oportunidade para Santana Lopes alterar a direcção que «herdou» do seu antecessor, mas ainda nada foi revelado quanto às esperadas mudanças.
Quando foi eleito presidente do PSD, a 01 de Julho em reunião do Conselho Nacional, Santana Lopes decidiu não fazer qualquer alteração na direcção do partido, mantendo a Comissão Permanente, que integra os vice-presidentes, o secretário-geral e o líder parlamentar e é considerada o «núcleo duro» do líder.
O XXVI congresso do PSD ficará também marcado por algumas ausências de vozes críticas da subida de Santana ao poder, como a da ex-ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite, uma das mais aplaudidas no último encontro do partido em Oliveira de Azeméis, onde encabeçou a lista do líder (Durão Barroso) para o Conselho Nacional.
O número dois dessa lista, Miguel Veiga, um histórico do Porto, será dos poucos críticos de Santana Lopes a comparecer na reunião de Barcelos.