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UGT considera alterações à lei uma «violência»

A UGT considera que uma das principais alterações ao regime jurídico do desemprego é uma violência contra os trabalhadores, porque é inaceitável ter a obrigatoridade de dizer sim a trabalhos situados a 40 quilómetros de casa.

Em entrevista ao Jornal de Negócios, o ministro da Segurança Social afirma que vai acabar com a obrigatoriedade dos desempregados terem que aceitar uma proposta de trabalho fora da área da residência.

O novo regime jurídico do subsídio de desemprego contemplava essa hipótese, mas o ministro Fernando Negrão diz que vai retirar a disposição legal.

Desta forma, o local de emprego vai ficar sempre condicionado a uma distância limite de 40 quilómetros ou de 20, mas neste caso só se o desempregado tenha mais de três filhos.

João Proença, da UGT, considera que esta mudança não basta e que o regime continua a atentar contra os direitos dos trabalhadores.

«Acho que é um retrocesso, porque o que o senhor ministro está a afirmar não é que as pessoas só aceitam trabalho no seu local de residência, este conceito é estendido a 40 quilómetros, para um país como Portugal é uma violência clara», considera João Proença.

«Como é que numa região do interior se faz uma deslocação destas com transportes tão caros? Mesmo em áreas urbanas, as pessoas que moram nos arredores de Lisboa, já perdem mais de uma hora a chegar ao local de trabalho, o que acontecerá quando o trabalho ficar a 40? É retirar o direito ao subsídio de desemprego para grande número de trabalhadores», acrescenta o sindicalista.

Redação