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Orçamento tem verbas para pagar negócio

O «Expresso» revela que o Orçamento das Administrações Regionais de Saúde (ARS) contém verbas para pagar o negócio do Estado com a «Net Saúde», contrariando assim as declarações do ministro. Francisco Louçã diz que Luís Filipe Pereira não avisou que tinha mudado de opinião.

O Orçamento das ARS afinal contém verbas para o negócio do Estado com a empresa «Net Saúde», de acordo com o «Expresso» de sábado, contrariando assim as declarações de Luís Filipe Pereira ao parlamento, a 29 de Abril.

Contactado pela TSF, o ministério diz não se sentir responsável pela forma com as ARS vão aplicar o dinheiro orçamentado para 2005, uma vez que o destino deste dinheiro será decidido por estas instituições.

Fonte do Ministério disse ainda ser prematuro falar no pagamento do protocolo, já que as ARS ainda não apresentaram a candidatura necessária ao serviço da empresa controlada pelo antigo deputado do PSD Nuno Delerue.

Quanto ao preço da chamada, já se sabe que ele será superior a uma chamada normal, contudo, o ministério de Luís Filipe Pereira insiste que não se pode falar em chamada de valor acrescentado.

Ao contrário do que foi noticiado, este fonte adiantou ainda que o Ministério ainda não recebeu qualquer documento da Comissão Europeia, nomeadamente o organismo anti-fraude, expressando dúvidas ou questões sobre o «Net Saúde».

O deputado bloquista Francisco Louçã, um dos maiores críticos ao protocolo entre o Ministério da Saúde e a «Net Saúde», acusou o ministro Luís Filipe Pereira de ter mudado de posição sem avisar ninguém.

«É evidente que a mentira nunca pode ser aceite em política. O ministro faltou à verdade no Parlamento e não nos veio dizer que tinha mudado de posição, fazendo que todos nós pagássemos o negócio da Net Saúde», afirmou à TSF.

Para Louçã, além de todos pagarem um negócio de «pouca utilidade», faz-se com que «todos os doentes sejam os mais vulnerabilizados, porque são aquelas que vão sentir um estado de necessidade e pagar chamadas de valor acrescentado, introduzindo esta relação comercial médico/doente».

Já o bastonário da Ordem dos Médicos recordou à TSF que o seu organismo nada tem a ver com este negócio.

«Já nos debruçámos sobre o problema das chamadas telefónicas e no último Conselho Nacional Executivo da Ordem foi reafirmado o princípio de uma 'consulta telefónica' sem o doente ter sido observado previamente pelo médico não é um acto médico», acrescentou Germano de Sousa.

Redação