O líder do CDS-PP, Paulo Portas, já desmentiu em declarações à SIC Notícias que a coligação entre os sociais-democratas e populares tenha estado ameaçada durante o fim-de-semana passado, quando se realizou o Congresso do PSD.
Paulo Portas assegurou que nem a coligação esteve em risco, nem sequer teve qualquer reunião planeada com o ministro Rui Gomes da Silva, como tinha noticiado na segunda-feira a SIC.
O líder do CDS-PP diz que se tratou de um encontro casual, onde apenas se falou de temas da agenda do Governo.
«Fiquei indignado com o que vi na televisão», adiantou.
Apesar do desmentido de Paulo Portas, os jornais desta manhã vêm confirmar a notícia avançada pela SIC de que a coligação PSD-CDS/PP esteve à beira da ruptura e falam mesmo de um almoço entre o líder popular e o primeiro-ministro, Santana Lopes.
O assunto terá sido resolvido à portuguesa entre pratos e talheres num conhecido restaurante lisboeta à beira rio. O almoço aconteceu depois do Congresso do PSD este fim-de-semana ter deixado um sabor amargo a Paulo Portas, que nas palavras do Diário de Notícias considerou que foi tratado pelos sociais-democratas como um inimigo e não um parceiro.
Esse terá sido mesmo um dos principais temas do almoço entre Portas e Santana, depois de vários dirigentes sociais-democratas terem defendido que o PSD deve concorrer sozinho nas próximas legislativas.
Do lado centrista, há já quem pense pagar na mesma moeda. Narana Coissoró adianta que o CDS-PP não está refém do PSD para futuras coligações e admite mesmo pontos em comum com os socialistas.
O açoriano José Manuel Rodrigues afirma que o CDS não é a mulher-a-dias do PSD. O Público refere um dirigente centrista que lembra que Marcelo Rebelo de Sousa saiu em defesa dos populares no Congresso do Porto, o que Santana não chegou a fazer em Barcelos.
No entanto, Paulo Portas não quer ficar com a responsabilidade de causar uma ruptura na coligação e agora os dirigentes dos dois partidos coligados querem minimizar os danos como é o caso do vice dos populares que diz que os Congressos são dominados por sentimentos de independência partidária.