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«Orçamento tem habilidades e truques»

José Sócrates classificou o Orçamento de Estado como um documento com «habilidades e truques». Na resposta, Santana Lopes lembrou que quando o PS esteve no Governo utilizou as privatizações para reduzir a despesa Pública.

O secretário-geral do PS considerou que o Orçamento de Estado está «ferido de credibilidade e está cheio de truques e habilidades» no que toca a fiscalidade e consolidação das finanças públicas.

Para José Sócrates, o primeiro problema do Orçamento tem a ver com a promessa do Governo de haver mais investimento, o que para o líder socialista é uma mentira.

Sócrates lembrou que o OE prevê uma «cativação do investimento público até 21,4 por cento» e que muitas despesas de funcionamento aparecem inscritas como investimento.

«Esta proposta de OE finge que vai aumentar o investimento e volta a recorrer ao truque das receitas extraordinárias, mas as contas públicas estão longe de estar consolidadas», acrescentou.

O secretário-geral dos socialistas disse ainda que o «Governo fingiu que ia baixar o IRS», ao lembrar que Santana Lopes prometeu uma descida dos impostos já em 2006.

«Afinal, depois, veio o ministro das Finanças dizer que a descida é só para 2006, mais perto das eleições», recordou Sócrates que concordou com Santana na classificação do OE como uma proposta «imaginativa».

«Tão imaginativo que já ninguém a leva a sério, porque ninguém pode acreditar que o desemprego vai baixar em 2005 ou o sector da saúde vai ter um superávite, quando este ano averbou um passivo de um milhão de euros», concluiu.

Na resposta, Santana recordou aos socialistas que não podem falar em «rigor», tendo ainda lembrado que o PS recorreu durante a sua governação às privatizações para reduzir a despesa pública.

Além disso, o primeiro-ministro fez ainda questão em recordar que o chefe do Executivo espanhol José Luis Zapatero está a ponderar a apresentação de um Orçamento com o corte nos benefícios fiscal, tal como propôs o ministro das Finanças Bagão Félix.

Redação