O ministro das Finanças desafiou esta quarta-feira as bancadas da aoposição a apresentarem uma alternativa ao Orçamento de Estado para 2005 (OE2005). Bagão Félix acusou ainda o PS de falta de autoridade moral para criticar a proposta governamental.
«Digam aqui e hoje qual é a vossa alternativa. Criticam o recuo às receitas extraordinárias, mas digam como evitá-las e onde cortariam na despesa», desafiou o ministro das Finanças, no Parlamento, durante o debate na generalidade do Orçamento de Estado para 2005 (OE2005).
Na sua intervenção, Bagão Félix referiu que os objectivos do orçamento são o cumprimento da meta de três por cento para o défice, o crescimento real negativo da despesa corrente, a prioridade às despesas de investimento e desenvolvimento e uma maior justiça na distribuição da carga fiscal, além do comabte à fraude e evasão fiscais.
Bagão Félix aproveitou ainda para acusar o líder do PS, José Sócrates, de falta de autoridade moral para criticar a proposta de orçamento do executivo.
«Quem são os senhores para falarem em credibilidade orçamental? Os Governos do PS apresentaram soluções irresponsáveis», acusou Bagão Félix, antes de comentar com ironia um ponto de intervenção de José Sócrates hoje de manhã.
«O PS, quando esteve no Governo, é que anunciou boca doce, mas acabou por tornar a boca amarga dos portugueses», disse Bagão Félix, afirmando-se surpreendido por José Sócrates ter anunciado o voto contra do seu partido ao OE mesmo antes de o documento ter sido tornado público.
O ministro insurgiu-se ainda contra a insinuação da oposição de que a projectada descida do IRS seja feita por cálculos eleitorais, «ignorando-se que as retenções não se reportam a todos os tipos de rendimentos sujeitos a IRS».