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Oposição insiste nas receitas extraordinárias

Interpelado pela oposição, no parlamento, Bagão Félix prometeu apresentar na comissão de Economia, a lista do património do Estado que vai ser vendido para obter receita. Mas o ministro não convenceu os outros partidos.

«Esse documento que nos vai trazer tem a lista dos edifícios que vai vender em 2005, separando aqueles que vão constituir encargos a perder de vista para o Estado, com pagamentos de serviços? Era importante saber isso»,sublinhou Joel Hasse Ferreira.

Honório Novo, do PCP, quis saber que receitas extraordinárias estão previstas: «Afinal quais são as medidas extraordinárias de que se vai servir para conseguir um défice abaixo dos 3 por cento? O que é que vai vender? A quem e que vai vender?».

O deputado comunista questionou ainda o ministro sobre um eventual aumento dos salários dos funcionários públicos, em caso de subida da inflação.

«Confirma ou não que vai voltar a haver perda de poder de compra dos funcionários públicos, se os aumentos forem apenas de dois por cento. Admitindo que a inflação vai ser de 2,5, como já se está a prever, está pronto a rever os salários dos Funcionários Públicos para absorver essa inflação?», questionou Honório Novo.

O ministro salientou que «a inflação actual está em 2,1 por cento, a 0,1 por cento da zona euro - como nunca esteve na historia de Portugal - e por isso estamos muito mais perto dos dois por cento do que dos 2,5 por cento».

Confrontado com as ultimas declarações do governador do Banco de Portugal, Victor Constâncio, que considerou que a situação do país não é compatível com o desagravamento fiscal, Bagão disse que normalmente, os governadores dos bancos centrais «são sempre mais ortodoxos» que os ministros das Finanças.

«Vemos essa ortodoxia com muito respeito e credibilidade», respondeu o ministro, acrescentando, no entanto, não ter ouvido «esse tipo de observações durante os anteriores governos do PS».

Redação