A Alta Autoridade para a Comunicação Social lembrou que fez recomendações sobre a concentração de meios aquando da compra da Lusomundo pela PT. Sebastião Lima Rego ficou ainda pouco agradado com os ataques ao órgão só por causa de uma deliberação.
A Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS) recordou, esta sexta-feira, que advertiu e fez recomendações em 2000 e 2001 acerca da concentração de meios de comunicação social, na sequência da compra da Lusomundo pelo Grupo PT.
Em declarações à TSF, Sebastião Lima Rego rebateu assim as acusações de PSD e de Morais Sarmento, que questionaram a «credibilidade» do organismo, por alegadamente nada ter feito quando a PT comprou os órgãos de comunicação social pertencentes à Lusomundo, durante a governação socialista.
«Tomámos duas deliberações sobre o assuntos em que alertámos para os problemas e perigos e, sobretudo, para a debilidade da legislação na matéria e designadamente quanto à impossibilidade do órgão regulador actuar eficazmente nesta matéria», explicou o membro da AACS.
Sobre o «caso Marcelo», Sebastião Lima Rego admite que as decisões da Alta Autoridade são «discutíveis» por outras pessoas, até porque se vive numa democracia, no entanto, não percebe porque é que órgão foi tão atacado só porque não se concordou com uma sua decisão.
«Talvez não seja tão legítimo que por não se concordar com uma deliberação atacar-se o órgão, dizendo que não é credível, que devia acabar imediatamente, atacar-se as pessoas. Isso não é correcto e não é um bom momento entre órgãos de Estado num regime democrático», concluiu.
Em comunicado, a AACS acrescentou ainda que «proferiu um parecer negativo a uma indigitação para o cargo de director geral de antena da RTP» a 3 de Outubro de 2001.