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Santana admite privatização de comunicação social

Santana Lopes admitiu a privatização dos órgãos de comunicação social da PT após as recomendações da Alta Autoridade para o sector. O primeiro-ministro disse ainda compreender as reacções de Gomes da Silva e Morais Sarmento ao relatório da AACS.

O primeiro-ministro admitiu, na sexta-feira, a privatização dos órgãos de comunicação da PT, na sequência das recomendações da Alta Autoridade para a Comunicação Social, que considerou «razoáveis».

«Como primeiro-ministro ficarei mais satisfeito se o Estado não tiver nada a ver com órgãos nenhuns que não aqueles do serviço público», adiantou Santana Lopes, após um jantar com o Presidente da República.

Santana Lopes assegurou ainda que este assunto que será abordado proximamente em Conselho de Ministros e que se não houver esta alienação «pode haver outros caminhos».

«A diminuição da participação da PT, que é uma empresa cotada em bolsa, uma grande empresa. São matérias sensíveis e os debates devem ser tratados com elevação», sublinhou.

O chefe do Executivo disse ainda compreender as reacções dos ministros Gomes da Silva e Morais Sarmento ao relatório da Alta Autoridade a propósito do «caso Marcelo», pois «eles foram visados e quem é visado tem crédito para poder responder».

«Eu não dou só razão a tudo aquilo que se tem passado no nosso lado. Também sei ouvir os argumentos de quem tem posições diferentes das nossas», acrescentou Santana, que lembrou tem «obrigação» de ouvir as «recomendações sobre decisões políticas».

Santana Lopes fez ainda questão de reforçar que não há lugar a «votações que ponham em causa» o acordo com o CDS-PP relativamente ao aborto, pondo completamente de parte a possibilidade de alteração da lei que regula o assunto.

«Exteriorização» no congresso foi normal

O primeiro-ministro reiterou ainda que as suas relações com Paulo Portas «estão normalíssimas» e que não estranhou a o clima em tornou da coligação governamental, após alguns sociais-democratas se terem mostrado contra a continuação da união com os populares.

«Estranho seria se não houvesse aquela exteriorização. Estava até à espera que fosse mais carregado o ambiente», disse Santana.

Mini-remodelação anunciada no sábado

Aos jornalistas, o primeiro-ministro não quis ainda falar muito sobre a mini-remodelação governamental que fará, guardando esse anúncio para sábado.

Mesmo assim, confirmou que Sofia Galvão substituirá Domingos Jerónimo na secretaria de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.

O ex-secretário do Estado da Presidência do Conselho de Ministros passará a ser o secretário-geral do Serviço de Informações da República (SIRP).

Santana terá ainda que encontrar substituto para o lugar de Secretário de Estado e dos Antigos Combatentes, após a saída de José Pereira da Costa, e para a Secretaria de Estado da Modernização Administrativa , de onde saiu Sofia Galvão.

Redação