José Sócrates saudou, este sábado, o veto presidencial à central de comunicação, aconselhou a PT a vender as suas participações nos 'media' e reclamou legislação que impeça a concentração de órgãos de comunicação social.
O líder do PS, que encerrou em Aveiro a convenção autárquica dos socialistas do distrito, disse aos jornalistas que o anúncio do veto presidencial «chegou em boa altura» porque «o governo estava a passar das marcas na tentativa de pressão e controlo da comunicação social».
«Esta é a segunda derrota do Governo esta semana», que põe em causa a política que estava a ser seguida e «o primeiro-ministro deve aprender a lição» porque «os portugueses querem que esteja preocupado em resolver os problemas do país e não em cuidar das relações públicas e da sua imagem», disse.
Sócrates sublinhou que os órgãos de comunicação social «não podem dizer bem se está a governar mal» e considerou que o governo «estava a passar das marcas» ao tentar controlar e pressionar a comunicação social, pelo que o veto de Jorge Sampaio «chegou em boa altura».
Em declarações ao semanário Expresso, Jorge Sampaio anunciou o veto ao gabinete de informação e comunicação aprovado pelo executivo a 30 de Setembro, que iria ser tutelado pelo ministro de Estado e da Presidência, Nuno Morais Sarmento.
Além de saudar o veto e esperar que a posição do Presidente da República seja respeitada, o líder do PS entende que «este é o momento para a PT vender os seus órgãos de comunicação social, porque «não é bom para o Estado que o governo tenha directa ou indirectamente interferência na comunicação social».
José Sócrates defende que a ocasião deve também ser aproveitada para legislar por forma a impedir a concentração da propriedade dos órgãos de comunicação social.
«A nossa democracia dá sinais de que é preciso reforçar os mecanismos que garantam a pluralidade e diversidade editorial no país», salientou.