O secretário-geral cessante do PCP recusou, esta sexta-feira, a «capitulação ideológica do partido». Carlos Carvalhas, que falava à margem do Congresso do PCP, disse ainda que a «renovação» deve começar por novos métodos, análises e quadros.
No dia do arranque do XVII Congresso do PCP, a decorrer no Pavilhão de Desportos de Almada, Carlos Carvalhas centrou o seu discurso na rejeição da «capitulação ideológica» do partido.
«Não querem entender nem ver que, para o PCP, a renovação não é a da capitulação ideológica ou da adaptação e submissão face à ofensiva neoliberal e à agressividade do imperalismo», defendeu Carvalhas.
Para o PCP, sublinhou, «renovar é uma exigência para quem quer transformar a sociedade: renovação em oposição ao 'rotineirismo' e às soluções gastas, renovação nos métodos, nas análises, nas respostas aos novos problemas, renovação dos seus quadros dirigentes».
O líder cessante do PCP rejeitou, ainda, que o partido «esteja condenado à morte lenta ou à morte rápida», criticando os que proclamam que «o capitalismo é o fim da história» e os que afirmam que depois da queda do muro de Berlim já não há lugar para partidos comunistas.
No seu discurso, Carvalhas defendeu também a construção de uma alternativa de esquerda, responsabilizou o PS pelas dificuldades nesse sentido e avisou que isso não se consegue apenas com «chá e simpatia».
Na parte final da sua intervenção, Carvalhas voltou a pronunciar-se sobre a vida interna do partido, afirmando que entre os comunistas «persistem muitas insuficiências e debilidades».