Os partidos da Oposição são uníssonos no apoio que dão à decisão do Presidente da República em dissolver o Governo e convocar eleições antecipadas. Já o PSD diz que a decisão de Sampaio só cria instabilidade. O PP só se pronuncia sobre a questão na quarta-feira.
O Partido Socialista concorda com a decisão do Presidente da República, Jorge Sampaio, de dissolver a Assembleia da República e convocar eleições legislativas antecipadas.
A posição foi tomada após uma reunião de urgência entre membros do Secretariado Nacional do PS.
Manuel Alegre, do PS, recebeu com agrado a decisão do PR e diz que não havia outra solução para a crise instalada.
«Neste momento tinha-se chegado a um ponto limite e não havia outra solução senão restituir a palavra ao povo», avançou, defendendo que o PS está em condições de poder constituir uma alternativa e dar a Portugal aquilo que lhe falta.
Também o Bloco de Esquerda concorda com a decisão de Jorge Sampaio mas diz que esta «vem atrasada em quatro meses».
Em declarações à TSF, Francisco Louça disse que esta decisão vai repor a legalidade na governação do país.
Louça alertou, ainda, para a situação do Orçamento do Estado para 2005 lembrando que a discussão do documento deve prosseguir enquanto a AR não for dissolvida, embora seja «estranho politicamente».
Por seu turno, o Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) saudou a opção do Presidente da República pela dissolução do Parlamento e convocação de eleições legislativas antecipadas, defendendo que aquela «era a única decisão possível e a melhor para Portugal».
Em comunicado "Os Verdes" afirmam que vão convocar com urgência um Conselho Nacional para «preparar a batalha eleitoral que se avizinha», e garantem que irão empenhar-se para que a próxima Assembleia da República garanta «uma nova correlação de forças» para as políticas de esquerda.
Na linha dos restantes partidos da oposição, o PCP também se congratulou com a decisão do Presidente da República, salientando que a convocação de eleições «abre um horizonte de esperança na vida nacional».
Para o PCP, a convocação de eleições constitui «uma forma democrática inteiramente constitucional de superar a crise política e governativa que tem estado latente desde que o segundo Governo PSD-CDS/PP tomou posse».
PSD acusa PR de criar instabilidade
O PSD considera que a decisão do Presidente da República vai criar «instabilidade no regime democrático».
«A demissão de um ministro levar à dissolução parlamentar, isso é que introduz instabilidade no regime democrático, que não pode estar ao sabor de demissões pontuais por parte de ministros», acusou Luís Marques Guedes, classificando a decisão de Jorge Sampaio de «anómala.
Apesar de desconhecer as razões da decisão do Presidente da República, o vice-presidente do grupo parlamentar do PSD declarou que o partido discorda da decisão mas respeita-a.
PP: eleições antecipadas não são arma de arremesso
O PP remeteu para esta quarta-feira um comentário oficial à situação criada com a decisão de Jorge Sampaio em convocar eleições antecipadas.
Ainda assim, em declarações à TSF, Anacoreta Correia, manifestou alguma duvida de que as eleições antecipadas sejam boas para o país.
«O poder de convocar eleições antecipadas não é uma arma de arremesso que está nas mãos do Presidente da República e eu julgo que ela foi utilizada com alguma leviandade», avançou.