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Marcelo e Cavaco não comentam

Marcelo Rebelo de Sousa recusou fazer qualquer comentário à dissolução do Parlamento, pois só falará quando regressar à função de comentador. Já Cavaco Silva não acredita que o seu artigo do Expresso tenha influenciado Sampaio.

Marcelo Rebelo de Sousa recusou, esta quinta-feira, fazer qualquer tipo de comentário à dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições antecipadas ditadas por Jorge Sampaio.

«Desde que deixei de fazer comentários públicos, tenho-me me abstido de comentar o acto em si do Presidente da República e vou fazer o mesmo no que respeito às consequências. Não faço nenhum comentário até voltar a comentar, o que deve acontecer no próximo ano», afirmou o ex-comentador da TVI à margem de uma homenagem ao seu pai Baltazar.

O antigo presidente do PSD também nada quis dizer acerca de uma eventual presença no conselho nacional, insistindo na sua ideia de não fazer qualquer comentário sobre a «vida política económica e social portuguesa».

«Tal como fiz nos últimos dois meses, vou continuar a não comentar com muita pena, porque para a TSF tenho um prazer duplo ou triplo, evocando velhos tempos em fazer o comentário», concluiu.

Também silencioso quanto aos últimos eventos da vida política portuguesa esteve Cavaco Silva, considerando apenas que o artigo que escreveu para o Expresso não contribuiu para a decisão de Jorge Sampaio.

«Seria absurdo pensar isso. Limitei-me a estruturar uma ideia que está muito difundida na opinião pública portuguesa. Lembrei-me de uma famosa lei da Economia e apliquei-a à vida partidária portuguesa», explicou.

«Porque é que há o afastamento das elites profissionais da vida partidária portuguesa e como trazê-las de volta? É esse o problema", sublinhou.

O antigo primeiro-ministro aproveitou ainda para reforçar que continua politicamente retirado e que desde que se retirou não mais voltou. «Não fazem sentido os apelos, porque estou afastado», finalizou.

Aníbal Cavaco Silva falava aos jornalistas na Livraria Bertrand, em Lisboa, à margem do lançamento do livro «O meu tempo com Cavaco Silva», de Fernando Lima, seu antigo assessor.

Redação