Francisco Louçã afirmou que parece que Santana Lopes é o único que não conhece as razões que levaram Sampaio a dissolver o parlamento. Para o bloquista, a designação de Santana como candidato a primeiro-ministro pode conduzir à derrota da direita.
Francisco Louçã considerou que Santana Lopes parece ser o «último português» que ainda não compreendeu a razão pela qual o Presidente da República se decidiu por dissolver o parlamento e convocar eleições antecipadas.
«O Presidente da República explicará as suas posições quando entender. Nós já sabemos as razões. Pedro Santana Lopes não percebeu e custa-lhe perceber que foi demitido porque fez naufragar, desaparecer e desagregou este Governo. Fez tudo para provar que a incompetência tinha dominado o país», explicou.
O deputado do Bloco de Esquerda, que classificou de «infantilidade absoluta» a revelação por parte de Santana Lopes de pormenores da conversa com Sampaio, destacou os atrasos na colocação dos professores, a deslocalização dos ministros pelo país, as políticas sociais e o orçamento como algumas das falhas do executivo.
No Porto, após uma reunião de emergência da comissão executiva do Bloco, Louçã classificou ainda uma eventual coligação entre PSD e CDS-PP como uma «jangada de náufragos desesperados que se agarram um ao outro, aborrecidos porque o país os rejeita» e disse acreditar que a direita pode ser derrotada nas legislativas.
«Saudamos a decisão do Conselho Nacional do PSD de escolher Santana Lopes como candidato. É um passo fundamental para a derrota da direita. Entendemos que assim as campanhas ficam mais claras, mas não mais fáceis, pois não desvalorizamos o adversário», acrescentou.
«Um primeiro-ministro que se apresenta como crédito a incompetência é o pior candidato possível para a direita. A plataforma que vai ser negociada no encontro secreto entre Paulo Portas e Santana Lopes é também uma excelente notícia para a clareza da campanha eleitoral», esclareceu.
Francisco Louçã não pôs de parte um eventual entendimento pós-eleitoral com o PS, mas sempre foi dizendo que esse cenário é improvável, pois não se conhece a política dos socialistas.
«O Bloco sempre foi uma oposição coerente a todos os governos que representem políticas liberais ou de enfraquecimento dos serviços públicos e da democracia social. Queremos acabar com o pântano do país, que criou vítimas sociais na grande maioria da população», finalizou.
O Bloco de Esquerda apresenta a 18 de Dezembro os cinco candidatos eleitorais de Lisboa, Setúbal e Porto, bem como os cabeças-de-lista nos restantes distritos do país, assim como a matriz do seu programa eleitoral.