Jorge Sampaio recebeu, esta quinta-feira de manhã, PSD, PS e CDS/PP, para falar sobre a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições antecipadas. No final, os partidos aproveitaram para mandar alguns recados e esclarecer alguns factos.
O PS acusou, esta quinta-feira, o Governo de estar a usar meios do Estado para fazer campanha eleitora. A crítica foi feita após a audiência do partido com o Presidente da República. No final, Sócrates garantiu que o partido irá opor-se a todas as tentativas do Governo em usar o estado a favor dos partidos em campanha.
«Já chega de indignidades e esperamos agora que o pais seja poupado a um espectáculo de um Governo em desespero e dificuldades e que quer entrar na campanha eleitoral. Quem deve fazer campanha são os partidos, não o Governo», avançou Sócrates, a propósito das nomeações no Instituto para o Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho.
O líder dos socialistas considerou, ainda, que o Governo está em gestão, após a dissolução da Assembleia da República, pelo que deve abster-se de tomar medidas que não sejam as medidas de um Governo em gestão.
Sócrates aconselhou, também, o actual Governo a acabar com os insultos a Jorge Sampaio, dizendo que tal «não é aceitável nem contribui para um bom debate político e para um clima de respeito mútuo que as instituições devem umas às outras».
PSD: Presidente da República não é adversário
Recebido em primeiro lugar pelo Presidente da República, o PSD pouco se pronunciou sobre o encontro.
No final, e defendida a ideia de que as eleições devem realizar-se no final do mês de Fevereiro, Dias Loureiro, que integrou a comitiva social-democrata, reafirmou que o Presidente da República não é olhado como um adversário político.
«É um combate que travaremos com os nosso adversários políticos mas o senhor Presidente da República não é nosso adversário político não faz parte desse combate», frisou Dias Loureiro, reforçando a ideia de que o PSD está preparado para ir a eleições.
PP não percebe motivos da dissolução da AR
O CDS/PP foi o último partido a ser recebido, durante a manhã, pelo Presidente da República.
No final, Pires de Lima, que integrou a comitiva do partido, acusou Jorge Sampaio de estar a conduzir de forma bizarra o porcesso de dissolução da Assmebleia da República e de abrir um grave precedente que vai porejudicar o funcionamento regular das instituições.
O vice-presidente do PP disse que, depois de ter ouvido todas as razões invocadas pelo PR para justificar a decisão tomada, continua sem as entender.
«De facto foram-nos apresentados um conjunto de motivos ambientais, subjectivos que não nos parece que possam fundamentar, do ponto de vista objectivo, uma decisão tão drástica», avançou.
Pires de Lima sublinhou, no entanto, que os populares não colocam em causa a legitimidade da decisão de Jorge Sampaio.
Durante a tarde, Sampaio recebe o Partido Comunista, o Bloco de Esquerda e Os Verdes.