A construção nas instalações da Bombardier de parte das viaturas blindadas, que vão ser adquiridas pelo Exército em pela Marinha, ainda está a ser negociada. A única garantia é de que a construção dos blindados vai ocorrer em Portugal.
A administração da Bombardier, na Amadora, confirma que estão em curso negociações com o consórcio austríaco vencedor do concurso para a construção de novas viaturas blindadas para o Exercito e Marinha portugueses.
Mas até à conclusão dessas negociações, não é possível garantir o aluguer das instalações da fábrica na Amadora, conforme avançou o ministro da Defesa.
Em declarações à TSF, Luís Ramos, administrador da Bombardier, esclareceu que a empresa apenas pode alugar o espaço no âmbito do memorando de entendimento que está em curso entre a EMEF da CP, API e Câmara da Amadora.
«Esse memorando compreende uma vertente rodoviária, sobre a qual estamos empenhados em desenvolver conjuntamente com a EMEF, e também uma outra vertente que é uma dinamização tecnológica para outras indústrias. Sobre essa égide poderá aparecer uma solução para a fabricação desses carros de combate que, a ser feito, será feito por outras empresas que não nós», avançou aquele responsável.
Luís Ramos confirma, no entanto, que já estão em curso contactos com a empresa austríaca que terá vencido o concurso.
Quarta-feira, o ministro da Defesa deu como definitivo que o consórcio austríaco liderado pela Styer era o vencedor do concurso e que iria construir boa parte da encomenda nas instalações da Bombardier e com antigos trabalhadores da empresa.
Contactado pela TSF, o representante português do consórcio austríaco diz que não pode dar garantias de que a construção dos blindados irá acontecer na Bombardier, porque tal depende, também, da administração da Bombardier e o processo ainda está a ser negociado.
Em declarações à TSF, Alexandre Gonçalves, garante no entanto que, haja ou não acordo com a Bombardier, a construção dos blindados irá ocorrer em Portugal.
«Temos alternativas. Não é isso que queremos (construir noutro local que não a Bombardier) mas achamos que o relevante são as pessoas, os postos de trabalho e a transferência de tecnologia», explicou aquele responsável.
De acordo com Alexandre Gonçalves, o projecto da Styer contempla 190 postos de trabalho directos e 800 indirectos. A empresa está empenhada em manter o projecto na Amadora.
Para o Sindicato dos Metalúrgicos, a situação também não é clara. Segundo o sindicalista António Tremoço, o aluguer das instalações da Bombardier na Amadora não está, de modo algum, garantido.