Na reacção ao discurso do Presidente da República ao país, PSD e CDS/PP reiteraram a sua discordância em relação. Já o PS, PCP e Bloco de Esquerda manifestaram apoio à decisão de Jorge Sampaio.
Na sua reacção ao discurso de Jorge Sampaio, o PSD voltou a discordar «profundamente» da decisão do Presidente da República (PR) em dissolver a Assembleia da República (AR).
«O que acabámos de ouvir em nada nos faz mudar de pensamento», sublinhou o vice-presidente do PSDE, Vítor Cruz, deixando, no entanto, a promessa de que Jorge Sampaio «não fará parte» dos adversários políticos dos social-democratas.
«Os nossos adversários políticos serão o PS, o PCP e o Bloco de Esquerda», avançou Vítor Cruz, deixando de fora o CDS/PP mas sem, no entanto, dar certezas quanto a uma eventual coligação com os democratas-cristãos.
CDS/PP: decisão do PR é «precedente perigoso»
No Largo do Caldas, o CDS/PP voltou a criticar a decisão do Presidente da República. Telmo Correia disse que a dissolução da AR é um «precedente perigoso do ponto de vista das estabilidade das instituições».
Telmo Correia anunciou a convocação, para sábado à noite, da comissão nacional política do partido, que vai definir e depois anunciar a estratégia politica dos populares para as eleições.
PS: não havia outra saída para crise
Por seu turno, o Partido Socialista (PS) considerou que a dissolução da AR era inevitável e que não havia outra saída para a crise.
Na sua intervenção, Pedro Silva Pereira disse que «a maioria não aproveitou a oportunidade que lhe foi concedida de formar um governo estável consistente, credível».
Os socialistas aproveitaram o momento para apelar ao voto útil no PS, dizendo que a escolha é entre o PS e «uma continuidade da actual solução governativa PSD/CDS-PP.
PCP: necessidade de uma vigilância ao Governo
Para o PCP, as razões invocadas por Jorge Sampaio para dissolver a AR foram «justas».
Na voz de Bernardino Soares, o partido reafirmou a necessidade de uma comissão permanente que vigie o Governo, alertando para o facto do Executivo estar diminuído.
«Estas eleições são uma oportunidade para virar a página para uma política de esquerda», avançou Bernardino Soares.
Bloco de Esquerda: país percebe razões do PR
O Bloco de Esquerda manifestou-se «satisfeito» com as razões apontadas pelo Presidente da República e diz que todo o país também percebe essas razões.
Para Francisco Louçã, os próximos tempos não serão fáceis e alerta parta o possível «aproveitamento» por parte do Governo, para fazer campanha.