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Novos testes dramáticos, diz Granja

A terceira sessão do processo Casa Pia já começou. Adelino Granja, advogado de algumas das vítimas, disse hoje à entrada do Tribunal de Monsanto que é «dramático que nove das 32 testemunhas tenham de ser submetidas a novos testes de personalidade».

O advogado e antigo casapiano reagia à decisão da juíza que preside o colectivo neste julgamento, Ana Peres, de efectuar novos testes de personalidade a nove das 32 vítimas, que são realizados no Instituto de Medicina Legal com o objectivo de se apurar se falam ou não verdade.

«Esta figura deveria ter sido feito em sede de investigação» ou seja, no início do processo e «com toda a credibilidade», afirmou Adelino Granja à entrada do Tribunal do Monsanto, onde tem início hoje a terceira sessão do julgamento de pedofilia da Casa Pia.

Adelino Granja reconhece que estes testes são uma «figura jurídica legal», mas adianta que não gostaria de estar no lugar dos jovens que os terão que repetir.

«Independentemente dos resultados, isto é um massacre», adiantou o advogado, acrescentando que «não há dúvida de que estes jovens são vítimas, mas há dúvida quem foram os criminosos».

Manuel Abrantes concorda com nova avaliação psicológica das vítimas

Ao contrário, Manuel Abrantes, arguido do processo de pedofilia na Casa Pia, e o seu advogado Paulo Sá e Cunha concordam com a nova avaliação legal das alegadas vítimas, mas querem que o processo decorra rapidamente.

Em declarações feitas à entrada do Tribunal do Monsanto, Paulo Sá e Cunha explicou que esses pedidos de reavaliação das vítimas foram feitos na altura de entrega das contestações, sendo um processo normal que pode decorrer

durante o julgamento.

O advogado espera que hoje o tribunal inicie a produção de prova, visto que não há mais questões processuais a resolver.

«A defesa de Manuel Abrantes vai fazer com que o julgamento decorra a bom ritmo, não é nosso propósito estar a interpor recurso», disse Paulo Sá e Cunha, concluindo que «seria francamente mau» se «lá mais para diante o processo viesse a ser anulado».

O pedido de reavaliação psicológica das alegadas vítimas foi considerado por Manuel Abrantes um acto «muito sensato» da juíza, até porque em relação, pelo menos, aos jovens que «lhe apontam o dedo, de certeza que não dizem a verdade».

«Se eu nunca toquei num miúdo da Casa Pia alguém está a mentir», disse Manuel Abrantes.