O embaixador José Calvet de Magalhães, uma das grandes figuras da diplomacia portuguesa na segunda metade do século XX, morreu esta segunda-feira em Lisboa, com 89 anos. António Monteiro classificou-o como um «diplomata completo»
O funeral sai quarta-feira da Basílica da Estrela, às 14:30, para o jazigo da família no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.
Ao longo da sua carreira, Calvet de Magalhães trabalhou com mais de 20 ministros dos Negócios Estrangeiros e antes de se reformar, em 1985, foi embaixador no Vaticano, onde conheceu três papas (Paulo VI, João Paulo I e João Paulo II).
Entre Julho de 1971 e Agosto de 1974, exerceu o cargo de secretário-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE).
José Calvet de Magalhães era formado em Direito pela Universidade de Lisboa e ingressou no MNE em 1941.
Quatro anos depois, foi colocado nos Estados Unidos da América e em 1947, assumiu o posto de consul-geral em Cantão, onde assistiu ao fim da guerra civil chinesa e ao triunfo das forças comunistas.
Um exemplo de diplomata completo, diz MNE
Numa reacção, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, António Monteiro, expressou pesar pela morte do embaixador José Calvet de Magalhães, que considerou «um exemplo de diplomata completo».
Em comunicado, António Monteiro afirma ter recebido «com tristeza» a notícia da morte de Calvet Magalhães, um diplomata «activo e determinado», que «manteve sempre uma atitude de discrição e de distanciamento em relação aos acontecimentos imediatos, privilegiando a ponderação dos interesses nacionais a longo prazo».
Monteiro destacou ainda a importância do exemplo de Calvet de Magalhães para as gerações futuras de diplomatas portugueses.