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PS e BE afastam acordo pós-eleitoral

Esta manhã o jornal Público escrevia que o PS admite a possibilidade de um acordo com o Bloco de Esquerda. Mas ouvidos pela TSF, o bloquista Francisco Louçã e o socialista Pedro Silva Pereira afastam para já o cenário de um acordo pós-eleitoral.

Uma fonte contactada pelo Público diz também que o acordo só seria possível se o Bloco de Esquerda abandonar a ideia de que Portugal deve deixar a NATO.

Francisco Louçã, ouvido pela TSF, diz que esta é uma questão de princípio, lembrando que os bloquistas sempre defenderam a extinção da Organização do Tratado do Atlântico Norte.

«O ponto de vista do Bloco de Esquerda sempre foi absolutamente claro, que a NATO deve acabar. A organização surgiu num contexto de alternativa ao Pacto de Varsóvia, gerando uma política militarista com a qual o BE nunca se identificou nem se poderia identificar», disse.

«É muito difícil ver como alguém na esquerda ainda pode pensar na NATO como um polícia do mundo em vez de uma ordem baseada na paz e na organização do direito internacional», acrescenta.

Questionado sobre se desta forma está inviabilizado qualquer acordo com o PS, Francisco Louçã respondeu que «o BE não toma posições em função do que convém a outros partidos, mas da coerência do nosso ponto de vista».

Fica assim comprometido um acordo pós-eleitoral com o PS. Um cenário que para já o PS também não quer colocar.

O porta-voz dos socialistas, Pedro Silva Pereira, sublinha que o partido está empenhado em conseguir uma maioria absoluta a 20 de Fevereiro, data das eleições antecipadas.

«O PS apresenta-se nestas eleições naturalmente para vencer, mas propondo aos portugueses que concedam aos socialistas uma maioria absoluta que possa dar quatro anos de governação estável», disse.