Os bombeiros consideram que Paulo Pereira Coelho não está a analisar correctamente a actual situação do SNBPC. Em causa as declarações feitas pelo secretário de Estado adjunto do ministro da Administração Interna, que diz que o problema e a fraqueza desta estrutura tem a ver com as lutas politico-partidárias dentro da instituição.
O secretário de Estado adjunto do Ministro da Administração Interna considerou, esta quinta-feira, que o problema e a fraqueza do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC) têm a ver com as lutas politico-partidárias dentro da instituição.
Para os bombeiros, esta é uma visão errada do problema.
Fernando Curto, da Associação de Bombeiros Profissionais, sublinha que a existir essa luta, ela é promovida pelos responsáveis que fazem as nomeações e dá como exemplo o próprio secretário de estado.
Este responsável aponta, em particular, o projecto-lei que o governo queria aprovar e «que acabava com os concursos, que a actual lei prevê para os coordenadores, e queria colocá-los na lei como nomeações».
Pela Liga dos Bombeiros, Duarte Caldeira diz que o problema do SNBPC não tem origem numa alegada luta partidária mas sim na ausência de uma estratégia de fundo para a instituição.
«A questão tem a ver com a manifesta e total incapacidade que os governantes têm, e com as responsabilidades deste sector, de delinear para ele uma estratégica coerente e capaz de ser sustentada além dos ciclos políticos», avança Duarte Caldeira, sublinhado que, em 15 anos de serviço nunca viu sinais de lutas partidárias no SNBPC.
A TSF contactou, também, Paiva Monteiro, antigo presidente do SNBPC que se demitiu há pouco tempo, para recolher uma opinião sobre as declarações do secretário de Estado. O antigo presidente do SNBPC escusou-se a fazer comentários, dizendo que regressou à vida militar, que tem um estatuto próprio, e que não quer quebra essas regras.
Ainda assim, Paiva Monteiro recordou a frase proferida quarta-feira: a ignorância é muito atrevida.