A oposição está indignada com a revista publicitária paga com dinheiros públicos que sai esta quarta-feira nos jornais a explicar o Orçamento de Estado. O PS diz que é uma «vergonha» e o BE considera um «escândalo». Morais Sarmento afirma que não há motivo para polémica.
O PS acusa o Governo de estar a usar dinheiros públicos para fazer campanha eleitoral. O porta-voz socialista, Pedro Silva Pereira, pede por isso aos líderes do PSD e CDS-PP para mostrarem alguma decência.
«Há alturas em que não se deve andar a escolher muito as palavras. Isto é uma pouca vergonha, um insulto aos contribuintes, fazerem publicidade de luxo paga nos jornais», criticou.
Os socialistas pedem a Santana Lopes e a Paulo Portas o «mínimo de decência ao menos nestes últimos dias de mandato».
Francisco Louçã, do Bloco de Esquerda, concorda e diz que esta iniciativa é um escândalo.
«O Orçamento foi apresentado no dia 15 de Outubro, depois de dois meses e uma semana, o Governo vai fazer propaganda política quando estão preparadas eleições gerais e quando está em gestão para se vangloriar de um orçamento que foi amplamente discutido na sociedade portuguesa», afirmou.
«É um escândalo, uma pequena política, de quem acha que tem o Estado, o dinheiro público como propriedade privada ao serviço de um grupo político, é uma forma de governar que prova o motivo pelo qual precisamos de eleições», explicou.
Bernardino Soares, do PCP, diz que se trata de uma «pura manobra política» de propaganda, completamente abusiva e que utilizando os dinheiros públicas pretende transformar o Orçamento de Estado numa coisa boa para os portugueses o que manifestamente não é».
«É especialmente grave num momento em que o Governo está com poderes diminuídos de gestão», acrescentou Bernardino Soares, que diz que o PCP vai tentar saber através de mecanismos próprios na Assembleia da República quanto é que «os portugueses estão a pagar para o governo fazer propaganda política».
Morais Sarmento, do PSD, considera que não há motivos para polémica, uma vez que a revista em causa foi pensada muito antes da dissolução da Assembleia da República.
«É uma informação que foi preparada ao longo de muito tempo, tem muitas semanas, iniciou-se antes da dissolução, não podemos ser criticados por fazer e por não fazer», disse.