O Governo gastou 100 mil euros na publicação do folheto explicativo do Orçamento de Estado para 2005. Morais Sarmento diz que este não foi um acto de propaganda. A Oposição diz que sim.
O ministro Morais Sarmento revelou, esta quarta-feira, que o Governo gastou cerca de 100 mil euros para publicar um suplemento nos jornais diários a explicar aos portugueses o Orçamento do Estado de 2005.
«Se nós, com um valor inferior a 20 mil contos conseguirmos que os portugueses possam todos perceber o que é o OE e como é gasto o seu dinheiro, penso que não é dinheiro gasto é dinheiro investido», explicou Morais Sarmento.
O ministro recusa a ideia de que o suplemento seja olhado como um acto de propaganda, preferindo chamar-lhe um acto informativo.
Perante estas declarações, António Galamba, do PS, insiste nas críticas do partido e acusa o Governo de desperdiçar dinheiros público e reincidir naquilo que chama de «atitude propagandística».
A estas críticas, Paulo Portas, em Milão, respondeu lembrando que o PS, em 2001, fez algo semelhante.
Bernardino Soares, líder parlamentar do PCP, diz que, independentemente do valor, «ele é completamente inaceitável do ponto de vista politico porque se trata de uma iniciativa de propaganda eleitoral e do abuso dos poderes do Governo, principalmente de um Governo de gestão».
Perante as criticas de que o Executivo está a usar dinheiro dos contribuintes para fazer campanha eleitoral, o ministro das Finanças diz que as críticas são contraditórias.
«Se o orçamento era tão mau, assim dizia a oposição, seria certamente um acto de masoquismo, o Governo fazer publicidade de um orçamento tão mau... então se eles estão tão preocupados com a questão do que chamaram de publicidade, então é porque o orçamento não é mau é bom», disse.