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PCP critica eventual apoio do BE ao PS

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, criticou uma eventual viabilização de um governo socialista após as eleições legislativas de 20 de Fevereiro pelo Bloco de Esquerda, independentemente das políticas propostas pelo PS.

Em Setúbal, o dirigente comunista sublinhou as diferenças de comportamento do Bloco de Esquerda face ao que se passou há alguns anos, quando os bloquistas apresentaram uma moção de rejeição do governo socialista, posição defendida num artigo de jornal por Fernando Rosas, justamente o cabeça de lista do Bloco de Esquerda pelo distrito de Setúbal nas eleições de 20 de Fevereiro.

«Foi o BE que em Novembro de 1999 avançou com uma moção de rejeição do governo PS, defendida apaixonadamente pelo referido candidato (Fernando Rosas) num artigo do jornal Público de 11 de Novembro de 1999», disse Jerónimo de Sousa.

«Quando muito, o que o Bloco de Esquerda deveria fazer era um acto de contrição, se quer descansar o PS e pôr-se a jeito, independentemente das políticas que o PS quer realizar», acrescentou o líder comunista.

Jerónimo de Sousa falava a cerca de três centenas de apoiantes na cerimónia de apresentação do cabeça-de-lista da CDU pelo distrito de Setúbal, Francisco Lopes, um operário de 49 anos que é membro do Comité Central do PCP desde o IX Congresso e que integra a Comissão Política e o Secretariado do Comité Central.

No seu primeiro discurso público como candidato por Setúbal, Francisco Lopes criticou as políticas governativas dos sucessivos governos e defendeu que as eleições de 20 de Fevereiro constituem «uma oportunidade para mudar» através de um reforço do número de votos e de deputados eleitos pela CDU.

Francisco Lopes referiu-se também à intenção do secretário-geral do PS, José Sócrates, de retomar o processo de co-incineração em Souselas e Setúbal, afirmando que por detrás da proposta socialista poderão estar interesses em grandes negócios.