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PSD acusa Governo de «tentar enganar os portugueses»

O PSD acusou hoje o Governo de "tentar enganar os portugueses" a propósito do encerramento de urgências hospitalares, sublinhando que "não é verdade" que exista um saldo positivo entre os serviços que fecham e os novos previstos.

O líder parlamentar do PSD, Luís Marques Guedes, em conferência de imprensa no Parlamento, disse que «a mensagem que passou para a opinião pública foi a de que se encerravam 14 urgências hospitalares e se criavam 25 novas». «Ora isto não é verdade, o que

o Governo propõe é fechar 14 urgências hospitalares, sem mais», criticou.

Um estudo encomendado pelo Ministério da Saúde sobre a reorganização das urgências, e que estará em discussão pública durante o mês de Outubro, prevê a criação de uma Rede com três tipos de serviços de urgência - Serviço de Urgência Básica (SUP), Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica (SUMC) e Serviço de Urgência Polivalente (SUP) -, num total de 83 serviços.

De acordo com o executivo, verifica-se um aumento do número de pontos da Rede de Urgência em relação aos actuais 73, conseguido porque os existentes considerados são apenas hospitalares e, apesar do encerramento previsto de 14 urgências hospitalares, são integrados na Rede os serviços de atendimento urgente reconvertidos de 24 centros de saúde.

«As unidades básicas nos centros de saúde não são, nem poderão nunca preencher, as funções dos serviços de urgência hospitalar que encerram», considera, contudo, o líder parlamentar do PSD.

Apesar de reservar para mais tarde uma posição definitiva sobre esta matéria, Marques Guedes acusa o estudo divulgado esta semana, e realizado por onze especialistas, de conter «omissões graves».

«Racionalizar despesas é importante, terminar com falsas urgências sem condições é necessário. Mas racionalizar não pode significar cortes cegos, sem critério e sem prioridades», criticou.

O PSD enumerou os riscos do encerramento de 14 serviços de urgência, considerando que existe o perigo de os actuais serviços não terem capacidade de resposta para atender mais doentes.

«Há um risco seriíssimo de não haver nem instalações, nem profissionais de saúde, nem meios técnicos capazes de responder às solicitações das populações», criticou Marques Guedes.

Por outro lado, os sociais-democratas colocaram dúvidas sobre os tempos de acesso a uma unidade de urgência previstos pelo executivo de 30 minutos, mas apenas para 90 por cento dos portugueses.

«Fica de fora deste critério um milhão de portugueses», salientou o líder da bancada laranja, sublinhando que «não pode haver portugueses de primeira e de segunda».

O PSD chama ainda a atenção que o estudo apenas refere o tempo de acesso a um serviço de urgência, mas «nada diz quanto à demora no atendimento».

Redação