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«Quem tem sensibilidade democrática» deve ouvir os protestos

Após as declarações de José Sócrates sobre as reformas do Governo, o deputado socialista Manuel Alegre defendeu, em dia de manifestação da CGTP-IN, que «quem tem sensibilidade democrática» e exerce o poder deve «estar atento» aos protestos populares, às «vozes da rua».

Minutos antes, o secretário-geral do PS e primeiro-ministro, José Sócrates, participou na apresentação de um livro da bancada socialista, na biblioteca parlamentar e declarou que o Governo sabe o que precisa de fazer e seguirá o seu rumo com «coragem», apesar das discórdias.

Questionado sobre a manifestação da CGTP-IN contra a política económica e social do executivo do PS que se dirigia ao Parlamento, Manuel Alegre considerou-a «uma forma de intervenção política» que já foi proibida, mas «hoje, felizmente, é permitida» e disse que sempre defendeu que «as vozes da rua devem ser ouvidas».

O vice-presidente da Assembleia da República preferiu não responder se entende que o Governo tem ou não tem ouvido as «vozes da rua», mas insistiu que estas «devem ser ouvidas, tomadas em conta», acrescentando que se trata de «uma questão de sensibilidade».

«Quem é eleito pelo voto popular, quem tem sensibilidade democrática e exerce com legitimidade o poder também deve estar atento a esse lado da vida e das pessoas», argumentou o ex-candidato independente a Presidente da República.

Confrontado com as declarações feitas por José Sócrates na cerimónia de apresentação do livro "Leis da República 2005/06", em que não esteve presente, Manuel Alegre escusou-se a comentar a promessa de que o Governo seguirá o seu rumo.

«Eu dei a minha opinião», salientou.

Redação