As companhias aéreas Yes e Air Luxor foram utilizadas para deportar cerca de quatro centenas de paquistaneses dos EUA para o Paquistão, revela o «Expresso». Ambos os voos foram feitos em 2002.
Duas companhias aéreas portuguesas ajudaram a deportar centenas de detidos paquistaneses dos EUA para Islamabad, no Paquistão, após o 11 de Setembro para afastar riscos de potenciais ataques terroristas a aviões oficiais norte-americanos.
De acordo com o Expresso, a Yes e a Air Luxor transportaram em 2002 mais de quatro centenas de detidos paquistaneses no âmbito de operações das autoridades norte-americanas planeadas em segredo.
O voo da Yes foi feito a 23 de Novembro de 2002, tendo este sido confirmado pela actual administração da empresa, anteriormente conhecida por White e que mudou para o actual nome depois de ser comprada pela Omni à TAP.
A aeronave da Yes chegou ao aeroporto de Niagara Falls, no Canadá, na fronteira com os EUA, a 22 de Novembro de 2002, tendo embarcado no dia seguinte com cerca de 280 paquistaneses algemados.
Segundo um dos tripulantes, as refeições para os detidos foram preparadas pelos tripulantes do avião português, mas foram os US Marshals que as serviram.
Em Julho de 2002, 131 paquistaneses, que estiveram meses em 22 centros de detenção norte-americanos, embarcaram num avião da Air Luxor num aeroporto do estado do Louisiana a caminho do Paquistão.
Este voo, que já tinha sido alvo de um extenso artigo no «Washington Post» e que passou despercebido em Portugal, terá custado às autoridades norte-americanas 342 mil dólares.
Dos 131 deportados que seguiram a bordo do avião da Air Luxor, nenhum era acusado de terrorismo e 35 deles tinham sido presos por cometerem crimes, incluindo violação e roubo.