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PS rejeita debate mensal pedido pelo CDS-PP

O PS rejeitou esta terça-feira a proposta do CDS-PP de realizar um debate mensal com o primeiro-ministro no Parlamento antes da discussão orçamental, atribuindo esta iniciativa à necessidade da bancada centrista disputar a «agenda política» com a sua direcção.

O vice-presidente da bancada socialista, José Junqueiro, no final da conferência de líderes parlamentares, justificou a recusa socialista com o facto do primeiro-ministro ir «na próxima terça-feira ao Parlamento para discutir o Orçamento de Estado (...) Todos os assuntos que o CDS queria ver discutidos são artigos do Orçamento».

Para o deputado do PS, o pedido do CDS-PP de um debate mensal com o primeiro-ministro no Parlamento antes da discussão orçamental, que começa a 07 de Novembro, tem outra explicação.

«Há um problema político, que não é nosso, entre a direcção parlamentar e a direcção partidária do CDS-PP, há uma grande disputa da agenda política», justificou José Junqueiro, sublinhando que «o Parlamento não é o local certo para um partido tratar de questões internas».

Confrontado com estas declarações pela Lusa, o líder parlamentar Nuno Melo considerou-as «infelizes e deselegantes» e acusou o PS de fugir à substância das questões colocadas pelo CDS.

«Tomei posse como deputado e fui eleito líder parlamentar para fazer uma eficaz oposição a este Governo socialista e ao primeiro-ministro José Sócrates em particular e sinto-me muito confortável com esse papel», sublinhou Nuno Melo.

À saída da conferência de líderes, Nuno Melo considerou a rejeição deste debate mensal «um desrespeito pelo Parlamento».

«Aparentemente, o PS que inviabilizou este requerimento - que teve o apoio de todos os outros partidos - acha que será normal que o primeiro-ministro discuta as questões políticas em Dezembro [mês do próximo debate mensal], nós não achamos», afirmou o líder parlamentar dos democratas-cristãos.

Na passada quinta-feira, Nuno Melo divulgou uma carta que enviou a José Sócrates e em que pedia a sua presença na Assembleia da República «o mais breve possível» para explicar vários factos políticos tornadas públicos nas últimas semanas.

Redação