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Sócrates realça «dupla visão» da imigração

O primeiro-ministro português realçou que existe uma «dupla visão» da imigração. No final da Cimeira Ibero-Americana, José Sócrates defendeu que a par das razões de segurança é preciso ter uma visão humanista desta questão.

Na Cimeira Ibero-Americana, que terminou este domingo no Uruguai, o chefe de Governo português fez questão de defender uma política de imigração humanista, marcando diferenças com aquilo que ele próprio chama «uma outra visão sobre a política de migração», que é «securitária».

Com os Estados Unidos a construírem um muro na fronteira com o México, uma iniciativa fortemente contestada pelos países presentes no encontro, José Sócrates deixou uma crítica implícita a Washington, sem nunca se referir directamente à fronteira de pedra.

«Há uma dupla visão (do fenómeno da imigração), porque num caso apenas é considerada uma visão de segurança, daí o termo securitário, enquanto noutro se defende esta exigência, que nem por isso é menos firme, mas deve-se também ter em conta a inclusão social dos imigrantes», disse.

No entanto, Sócrates elogiou a postura dos Estados Unidos, realçando o que considera ser a tradição de tolerância deste país.

«Quanto à visão humanista de defesa de direitos humanos não encontro melhor exemplo do que os Estados Unidos para na sua política externa valorizarem estes dois pontos», sustentou.

José Sócrates adiantou ainda que o respeito por aqueles valores «estão no coração e na Constituição» dos norte-americanos.

No final da cimeira, primeiro-ministro e presidente da República falaram a uma só voz na defesa do que deve fazer Portugal primeiro com planos para as próximas cimeiras, depois com o esforço de Lisboa para fazer aproximar a Europa da América Latina.

A concertação dos dois órgãos de soberania até deu para Cavaco Silva usar o humor no que se refere às relações entre os dois homens.

«No que se refere a problemas de saúde basta olhar para nós para verificar que estamos todos de boa saúde», disse.

Os dois responsáveis bateram-se para que Portugal seja uma ponte entre a Europa e a América Latina. A um ano de presidir à União Europeia, não faltaram elogios dos países latino-americanos à postura portuguesa.

Redação