Governo e PS fizeram, esta quinta-feira, um ataque cerrado ao líder do PSD, com o ministro da Administração Interna a acusar a direita de ter gerado um «buraco» de 105 milhões de euros com a privatização do notoriado.
Tanto o deputado socialista João Cravinho, como o ministro António Costa aproveitaram a sessão de encerramento do debate na generalidade do OE2007 para atacarem a credibilidade das previsões económicas de Marques Mendes e para o ligarem a uma estratégia de «privatização cega» dos serviços públicos.
Em dia de greve na Administração Pública contra as políticas do Governo, António Costa aproveitou para elogiar a qualidade de muitos funcionários públicos e para demarcar o seu Executivo de qualquer estratégia provatizadora do sector.
No entender do titular da pasta da Administração Interna, entre o Governo socialista e o PSD «há significativas diferenças» em termos de reforma da Função Pública.
«Enquanto a resposta do PSD é privatizar e aumentar a dívida e desviar fundos comunitários para pagar despedimentos na Administração Pública», o Executivo socialista quer reformar através da eliminação de estruturas e de cargos dirigentes desnecessários e através de mecanismos como a revisão das carreiras e da introdução de mecanismos de mobilidade e de avaliação.
Neste contexto, António Costa acusou o PSD e o CDS-PP de terem gerado uma quebra de receitas para o Ministério da Justiça na ordem dos 105 milhões de euros anuais com a privatização do notariado.