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Quem quer referendo vinculativo deve mudar lei, diz Roseta

Numa reacção às declarações de José Sócrates sobre o referendo ao aborto, que voltou a sublinhar que o resultado do referendo será respeitado pelo Governo, quer seja vinculativo ou não, Helena Roseta diz que vai lutar pela vitória ao lado do partido mas depois os caminhos separam-se.

Helena Roseta adiantou aos jornalistas que subiu ao palco no final do congresso para cumprimentar o secretário-geral e que lhe disse que a partir de agora é «uma simples militante de base» - uma vez que não integrou a lista única proposta por José Sócrates para a Comissão Nacional do PS.

A bastonária da Ordem dos Arquitectos disse também a Sócrates que foi seu o único voto contra na moção do secretário-geral e que não foi «a primeira vez» que votou sozinha, que estará ao seu lado na campanha pelo "sim" à despenalização do aborto, mas não seguirá a posição oficial se o referendo não for vinculativo.

«Não estou disposta a esperar mais quatro anos ou oito anos para que se mude a lei», justificou, argumentando que o aborto é a única questão «em que se colocam tantas dificuldades para mudar a lei» e que «há vinte anos que se espera que esta questão se resolva».

Sobre o congresso, Roseta referiu que não ficou desapontada, «pelo contrário», congratulou-se por ter havido «algum debate», para o qual Sócrates contribuiu respondendo no discurso final «a algumas críticas» que lhe foram feitas, e por ter havido 36 delegados a votar na sua moção.

A Constituição e a Lei do Referendo determinam: «O referendo só tem efeito vinculativo quando o número de votantes for superior a metade dos eleitores inscritos no recenseamento».

Redação