O PCP considerou, esta segunda-feira,e que a opção do primeiro-ministro de apenas aprovar a despenalização do aborto se o «sim» vencer no referendo mostra que a prioridade dos socialistas «é apenas ficar de consciência tranquila».
Segundo Fernanda Mateus, da comissão política do PCP, «a lamentável afirmação do engenheiro José Sócrates mostra que a prioridade do PS não é contribuir para acabar com o aborto clandestino mas apenas fazer o referendo e ficar de consciência tranquila, o que é grave».
O secretário-geral do PS, José Sócrates, comprometeu-se domingo, no congresso socialista, a apenas aprovar a despenalização do aborto caso o «sim triunfe» em referendo, independentemente do resultado da consulta ser vinculativa ou não.
Fernanda Mateus sublinhou que a posição transmitida por José Sócrates revela que o PS «faz letra morta» da lei orgânica do referendo, que estipula que a consulta popular só tem carácter vinculativo se votarem mais de metade dos eleitores inscritos.
Por outro lado, a dirigente comunista considerou que as declarações do secretário-geral do PS destinam-se a «sossegar os sectores da direita que não querem a despenalização».
Já o líder do CDS-PP, José Ribeiro e Castro, consi
derou a garantia do primeiro-ministro de que o resultado do referendo será respeitado, mesmo que não seja vinculativo, «uma declaração democrática elementar» e apelou à mobilização do «não».