O Presidente da República defendeu que se as reformas no país não forem feitas agora serão feitas mais tarde e em condições mais difíceis. Na sua primeira grande entrevista após as presidenciais, Cavaco Silva mostrou-se ainda convicto de que os madeirenses querem contribuir para o esforço nacional de diminuir o défice português.
O Presidente da República defendeu como indispensáveis as reformas que estão a ser feitas pelo Governo, afirmando mesmo que se não forem feitas agora terão de ser levadas a cabo em condições ainda mais difíceis.
Na sua primeira grande entrevista desde que assumiu a presidência, Cavaco Silva considerou fundamental «explicar aos portugueses que o esforço e o sacrifício que estão a ser pedidos agora é para proteger o seu futuro».
«Este Governo revela um espírito reformista, uns dizem que devia ser mais outros dizem que devia ser menos é normal em democracia. Direi sempre a verdade aos portugueses: estamos a fazer naquela direcção que é necessária fazer», acrescentou.
Na entrevista que concedeu à SIC, o chefe de Estado explicou ainda que não se coibirá de criticar as políticas do Governo, mas apenas quando isso for necessário, o que neste momento não se verifica.
Sobre a Lei das Finanças Regionais, Cavaco considerou que os madeirenses estarão disponíveis para contribuir para o esforço que está a ser pedido para que Portugal reduza o seu défice.
«Não acredito que o povo madeirense não queira dar o seu próprio contributo para resolver este problema nacional. Pode haver um mal-entendido, O que tenho de fazer como Presidente da República é o que está ao meu alcance para preservar o diálogo institucional», explicou.
Já no tocante à questão do referendo à despenalização do aborto, o chefe de Estado esclareceu apenas que irá iniciar um «período de reflexão» sobre o assunto, depois de o Tribunal Constitucional ter dado o seu aval à proposta de consulta popular.
«A partir da publicação que, penso, acontece já na segunda-feira, tenho 20 dias para tomar uma decisão sobre se convoco ou não e fixar a data do referendo. Significa que vai seguir-se, agora o período de reflexão do Presidente da República», clarificou.