O ex-deputado do CDS-PP, António Pires de Lima, acusou este sábado, a direcção de Ribeiro e Castro de adoptar uma atitude de «subserviência» face ao Presidente da República, Cavaco Silva.
À margem da Convenção Autárquica do CDS-PP, que decorreu na Amadora, Pires de Lima afirmou que «não faz sentido que um partido que se quer uma composição alternativa ao PS sinta esta necessidade quase infantil de se colar às posições do Presidente da República quando o PR sai em apoio sistemático do Governo».
«Mas enfim, alguém está a pensar melhor do que eu quando entende que o CDS deve manter essas posições de alguma subserviência em relação ao Presidente da República», ironizou Pires de Lima, acrescentando que já transmitiu a sua posição à direcção do seu partido.
Numa entrevista publicada hoje no Diário de Notícias, Ribeiro e Castro afirmou não ter ficado surpreendido com a entrevista de Cavaco Silva à SIC, na qual apontou «sinais positivos da economia» e considerou que o Governo revela «um espírito reformista».
Na entrevista ao DN, Ribeiro e Castro considerou que «existe pressão para transformar o Presidente em líder da oposição».
Pires de Lima rejeitou ainda que as suas críticas à direcção de Ribeiro e Castro representem mais um passo nas divergências internas, afirmando que «o partido está praticamente todo unido» no que respeita, por exemplo, à defesa do «não» no referendo sobre a despenalização do aborto.
Sobre o fim da coligação entre o PSD e o CDS-PP na Câmara de Lisboa, Pires de Lima considerou que foi «uma excepção triste» das coligações que existem entre os dois partidos.
«Queremos assegurar a boa governação das câmaras que nos foram confiadas em coligação com o PSD, o que tem acontecido na generalidade, com uma excepção triste que é Lisboa», afirmou.