Três quartos dos eleitores portugueses promete votar no referendo ao aborto, sendo que mais de 60 por cento tenciona dizer sim à despenalização enquanto 30 por cento deve optar pelo não. O barómetro da Marktest para a TSF e DN mostra que, desta vez, o referendo será vinculativo. Mas, mesmo que o não seja, e em caso de vitória do sim, a maioria defende que a lei deve ser alterada.
O barómetro deste mês sobre a interrupção voluntária da gravidez faz eco dos resultados da sondagem do mês anterior, com uma clara maioria, 61 por cento, a dizer que vai votar a favor da despenalização do aborto enquanto 30 por cento diz vai votar não.
De acordo com o barómetro da Marktest para a TSF e Diário de Notícias, a maioria promete votar no Sim com uma participação que ultrapassa os 50 por cento exigidos para vincular a decisão.
Ainda assim, e caso venha a repetir-se o cenário do último referendo, com a participação abaixo dos 50 por cento vinculativos, 57 por cento dos inquiridos defende que a lei deve ser alterada se o sim sair vitorioso.
No cenário de uma eventual vitória do Não mas sem peso vinculativo, metade dos inquiridos considera que tudo deve ficar na mesma enquanto 40 por cento defende uma alteração à lei.
Dos inquiridos 73 por cento tenciona votar no referendo enquanto cerca de 20 por cento fica em casa. Os mais abstencionistas estão entre as mulheres, idosos e classes média e baixa. O voto masculino e mais jovem é mais é mais militante.
Ficha Técnica
O Barómetro foi realizado pela Marktest para a TSF e DN, entre os dias 13 e 16 de Novembro de 2006, com o objectivo de conhecer a opinião dos inquiridos sobre a interrupção voluntária da gravidez, a intenção de participar ou não no referendo e se a lei deve ser alterada independentemente do carácter vinculativo desse referendo. Foram realizadas 808 entrevistas em Portugal Continental, através de telefone fixo, 421 a mulheres. O erro da amostra é de 3,45 por cento.