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Sá Fernandes vai processar o Estado português

Ricardo Sá Fernandes vai processar o Estado português. No dia em que José Esteves vem confessar a autoria material do atentado, o advogado das famílias das vítimas de Camarate quer que o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem condene o Estado por não ter conseguido levar o caso de Camarate a tribunal.

José Esteves confessa ter sido o autor da bomba que fez explodir o Cessna que a 04 de Dezembro de 1980 transportava Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa.

Esta confissão não espanta Ricardo Sá Fernandes. Mas deixa o advogado das famílias das vítimas indignado com o comportamento da justiça portuguesa.

«A comissão parlamentar pediu ao Ministério Público para não deixar prescrever e o Ministério Público deixou prescrever. Isto é gravíssimo. As declarações de José Esteves são muito importantes porque é a primeira vez que - em primeira mão - um dos responsáveis pelo crime o vem assumir», salienta o advogado.

A última comissão parlamentar sobre o caso de Camarate pediu ao Ministério Público que não deixasse prescrever o processo. Mas o caso acabou por prescrever em Setembro deste ano.

«Temos o presumível autor da bomba a confessar o crime e a explicar como é que a fez. Isto tem uma importância muito grande porque a referencia a José Esteves consta das comissões parlamentares de inquérito», sublinha Sá Fernandes.

Para que o caso não caia no esquecimento, Ricardo Sá Fernandes vai agora processar o Estado português por não ter conseguido levar a julgamento o caso de Camarate.

«Camarate não foi um acidente, Camarate foi um crime que a justiça portuguesa não foi capaz de julgar. Espero que o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem aceite condenar o Estado português à indeminização simbólica de um euro, e que esse euro encerre uma severa condenação moral ao Estado português que não foi capaz de levar Camarate a julgamento», conclui o advogado.

Redação