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PCP acusa PR e Governo de destruirem direitos

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou esta sexta-feira, em Faro, que o Presidente da República (PR), Cavaco Silva, e o primeiro-ministro, José Sócrates, se aliaram numa «cooperação estratégica» para destruírem direitos universais.

No encerramento da VI Assembleia Regional do PCP Algarve, que teve hoje lugar na Universidade do Algarve, em Faro, Jerónimo de Sousa criticou a «aliança espúria do PS com a direita do capitalismo liberal» e afirmou que o Governo se fundiu num projecto que junta uma «esquerda moderna de Sócrates» com um «bizarro capitalismo de inclusão de Cavaco Silva».

Jerónimo de Sousa acusou ainda o Governo socialista de ter «alterado para pior» a lei actual do subsídio de desemprego, nomeadamente retirando «direitos aos jovens» e admitiu que o PS passa «a maior parte do tempo a liquidar direitos».

Na sequência das críticas sobre a lei actual do subsídio de desemprego e do conceito da «flexigurança» nas relações de trabalho, o secretário-geral do PCP comentou que o governo de Sócrates não é apenas louvado por «ilustres dignatários do bloco central dos grandes interesses e pela generalidade da comunicação social que dominam».

Jerónimo de Sousa argumentou que o governo de Sócrates é também favorecido com a «bênção protectora de Cavaco Silva na presidência da República».

«O que eles [Governo] inventam para destruir direitos, acentuar a exploração dos trabalhadores e encher os bolsos aos mesmos do costume com a total precarização do mercado de trabalho», afirmou Jerónimo de Sousa, defendendo existir uma «cooperação estratégica» entre PS e direita de capitalismo liberal.

«Aliança que junta e funde no mesmo projecto uma dita esquerda moderna de Sócrates com um bizarro capitalismo de inclusão de Cavaco Silva, caritativo e assistencialista, que promete dar com uma mão aos excluídos o que o Governo e o grande capital predador lhes retiram com as duas», lê-se no discurso de Jerónimo de Sousa entregue à comunicação social.

Sobre a aprovação do orçamento do Estado para o próximo ano e sobre e o facto de José Sócrates o ter classificado como um «orçamento de esquerda», o líder dos comunistas afirmou rejeitar a classificação, adiantando considerar tratar-se de um orçamento que a direita «não desdenharia subscrever».

«Este é mais um orçamento que a direita e os seus partidos não desdenhariam subscrever», afirmou, adiantando que só não o fazem «porque precisam de continuar a alimentar o ilusório jogo da alternância sem alternativa».

Redação