O líder do PSD, Marques Mendes, e Marcelo Rebelo de Sousa defenderam, esta segunda-feira, a realização de um julgamento sobre o caso Camarate, considerando ser uma «vergonha» para a democracia continuar por esclarecer a queda do avião que, há 26 anos, matou Francisco Sá Carneiro.
Marques Mendes diz que é uma «vergonha» para a democracia portuguesa que, 26 anos depois, a queda do avião que transportava Francisco Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa continue por esclarecer, reafirmando a necessidade do caso Camarate ser levado a julgamento.
«Vinte seis anos depois Camarate está por esclarecer. Há vinte e seis anos que se persegue a verdade. Vnte e seis anos depois ninguém compreende que tudo esteja por esclarecer», afirmou o líder do PSD, no dia em que se assinala o 26º aniversário da morte de Francisco Sá Carneiro.
O líder do PSD mostra-se, no entanto, convicto de que será encontrado, no Parlamento, um consenso alargado para que a verdade seja descoberta, tendo em conta a revisão do regime jurídico dos inquéritos parlmentares.
«Eu acho que não há nenhum português que compreenda que, tendo morrido um primeiro-ministro, um ministro da Defesa , com indícios da existência de crimes, o assunto não vá, pelo menos, a julgamento», disse, sublinhando que aquilo que aconteceu foi «uma vergonha para a democracia e uma mancha no Estado democrático».
Esta ideia foi igualmente partilhada por Marcelo Rebelo de Sousa, que defendeu a necessidade de se realizar um julgamento do caso Camarate, considerando que há na opinião pública «o desejo legítimo de se saber o que se passou».
«A opinião pública sente que era útil que se criassem condições para apurar o que se passou em Camarate», insistiu, ressalvando, contudo, que «não é possível, nem desejável que os políticos se substituam aos tribunais».
O PS propõe a criação de um «Procurador Especial» que leve a tribunal crimes que envolvam o homicídio de altas figuras do Estado.
Porém, o PSD tem rejeitado esta ideia, defendendo antes que seja obrigatória a acusação do Ministério Público, quando o Parlamento aprovar indícios de crimes que tenham como consequência a morte de altas figuras do Estado.