portugal

PCP critica silêncio do ministro sobre detenção de sargento

O PCP criticou esta quinta-feira o silêncio do ministro da Defesa sobre a detenção do vice-presidente da Associação Nacional de Sargentos (ANS) David Pereira, e acusou Severiano Teixeira de ter «dois pesos e duas medidas».

O vice-presidente da ANS cumpriu até segunda-feira cinco dias de detenção por declarações aos jornalistas, numa vigília, em Maio, em que questionava «a legitimidade da mensagem dos chefes para evitar que os militares participassem» na iniciativa.

Apesar das duas ordens do Tribunal Administrativo e Fiscal de Leiria, na semana passada, para suspender a pena imposta, em resultado de um recurso interposto pela ANS, David Pereira continuou detido.

«Perante um facto com esta gravidade, o ministro da Defesa não pode dizer, como disse, que não tinha nada a dizer», criticou o deputado comunista António Filipe, numa declaração política no período antes da ordem do dia na Assembleia da República.

Para o PCP, com este silêncio, Nuno Severiano Teixeira «perde toda e qualquer autoridade enquanto governante para exigir o cumprimento da lei seja a quem for».

O deputado comunista realçou a diferença da atitude do ministro quando o assunto é a participação de militares em manifestações.

«Sobre isso, o sr. ministro não hesita em pronunciar-se. Mas quando um militar é preso por decisão administrativa, quando um tribunal competente o manda libertar, e quando essa decisão não é cumprida, o sr. ministro acha que não tem de se pronunciar», criticou.

«Dois pesos e duas medidas: quando a lei retira direitos, cumpre-se. Quando a lei confere direitos, não se cumpre», reforçou.

O CDS-PP associou-se ao PCP no «ataque constante do Governo à condição Militar» e nas críticas a Severiano Teixeira.

«Temos sempre os ministros da Defesa dos governos socialistas a esconderem-se atrás ou de governadores civis ou das chefias militares», criticou o deputado democrata-cristão João Rebelo.

Pelo PS, o deputado Marques Júnior distanciou-se da manifestação dos militares de 23 de Novembro, em Lisboa, que ficou conhecida como «passeio do nosso descontentamento».

«Aquele passeio do descontentamento foi uma manifestação encapotada e uma manifestação que não foi digna dos militares», criticou.

Redação