Os magistrados querem saber quem ordenou a vigilância - feita por detectives privados - aos juízes no caso "Apito Dourado". O caso foi avançado este sábado pelo jornal Correio da Manhã.
Tudo aconteceu entre 2004 e o ano passado. A ideia era vigiar a vida privada e familiar dos responsáveis pelo processo para mais tarde condicionar e obstruir a acção da justiça.
Para António Cluny, presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, é preciso ir até ao fundo nesta investigação, custe o que custar.
«O que permite chegar a uma situação destas, é todo o clima de destabilização institucional e desprestigio que tem caído sobre as magistraturas, o que abre portas para que a criminalidade se sinta mais à vontade para agir desta forma. Mas os magistrados têm de ter garantias de que isto não acontece», salienta o sindicalista.
António Cluny exige que se investigue este caso mas reconhece, ainda assim, que os magistrados estão cada vez mais sujeitos a vigilâncias fora da lei.
«Os magistrados tem de estar preparados para estas situações, sobretudo quando estão a investigar processos mais complexos e que afectam interesses poderosos», sublinha António Cluny.