Henrique de Freitas demitiu-se de vice-presidente da bancada do PSD por considerar que receber outros partidos na sala do grupo parlamentar social-democrata é um «erro sério» e acusa quem o fez de pôr em causa a credibilidade do partido.
O vice-presidente cessante da bancada laranja demitiu-se por discordar da posição tomada pelo PSD, que apelidou de «erro político grave», quando o partido recebeu a comissão temporária do Parlamento Europeu sobre os voos da CIA.
Perante a impossibilidade de realizarem a reunião na Sala do Senado, os membros da comissão temporária reuniram-se numa sala do grupo parlamentar social-democrata, onde estiveram com os representantes do PSD, CDS, PCP e BE. Uma situação que desagradou a Henrique de Freitas.
Os aliados e os adversários políticos «têm de ser conhecidos a todo o tempo», justificou Henrique Freitas, em declarações aos jornalistas, adiantando que o «erro» apontado é uma «questão sensível de estado que põe em causa o nome do país».
«Não podemos, em nenhuma circunstância, acolher no nosso seio a extrema-esquerda parlamentar e o partido comunista que têm, de uma forma muito censurável, feito um aproveitamento político desta matéria», acrescentou.
O grupo parlamentar social-democrata informou numa nota, que só aceitou a demissão de Henrique de Freitas por esta ser «irrevogável». O vice-presidente cessante da bancada laranja será substituído por Fernando Negrão.
Henrique de Freitas é deputado desde 1999 e desempenhou os cargos de secretário de Estado da Cooperação, no Governo PSD/CDS, liderado por Durão Barroso, e de Defesa Nacional, no executivo de Santana Lopes.