O líder do PSD fez, este sábado, um discurso com duras críticas para consumo interno do partido e não só. Na intervenção de abertura do Concelho Nacional do PSD, Marques Mendes disse que as criticas internas provocam ruído e fazem o jogo do Governo. Marques Mendes acusou também José Sócrates de ter um projecto pessoal de poder.
O líder do PSD lançou, este sábado, fortes criticais ao seu partido pela forma como tem feito oposição ao Governo e ao primeiro-ministro e proferiu, perante o Conselho Nacional do PSD, a acusação mais dura contra Sócrates.
De acordo com fonte do seu gabinete, o líder do PSD denunciou que José Sócrates tem em curso um projecto pessoal de poder que começou com a Caixa Geral de Depósitos, com a nomeação de Armando Vara para a administração, e visa controlar áreas da justiça, da decisão económica e da comunicação social.
Marques Mendes revelou-se, também, muito critico em relação à forma como o Governo está a actuar na área do combate à corrupção. O líder do PSD acusou o Executivo de não ter preocupação com a ética nem vontade de combater a corrupção, visando apenas controlar mais do que investigar.
Para sustentar esta tese, Marques Mendes considera que ficou clara a intenção do PS quando, ainda antes da eleição de Cavaco Silva, os socialistas pretendiam substituir o Procurador-geral da República.
Fonte do gabinete do líder do PSD adiantou que houve aplausos quando Marques Mendes afirmou que haverá sempre ruído interno, entenda-se criticas à liderança, e isso equivale a fazer o jogo dos socialistas.
Mendes entende que chegou a hora do partido decidir se quer ser oposição ao PS, ao Governo e a Sócrates ou «se quer fazer o jogo deles». Ficou para conhecer, para já, a reacção de Luís Filipe Menezes a estas palavras.
O líder social-democrata apresentou também a agenda do partido para 2007, centrada em seis temas.
Na área da economia, o PSD prevê três grandes iniciativas: uma conferência internacional sobre o estado da economia portuguesa, um encontro nacional de empresários e um «encontro inédito» a nível nacional de sindicalistas.
A pensar na presidência portuguesa da União Europeia, que se realiza no segundo semestre de 2007, o PSD irá organizar no primeiro semestre do ano uma conferência internacional sobre o futuro da Europa.
Perante os conselheiros nacionais, o líder do PSD reafirmou a posição oficial do partido no referendo sobre aborto - liberdade de voto e participação em movimentos para os militantes sociais-democratas - e garantiu que, em breve, serão anunciados os 16 presidentes dos grupos de trabalho que irão concretizar a revisão do programa do PSD.