A comissão política do CDS/PP aprovou uma deliberação que reprova a conduta do líder parlamentar Nuno Melo. O texto foi proposto por Ribeiro e Castro e acusa Nuno Melo de não assegurar a coordenação indispensável entre o grupo parlamentar e a direcção nacional do partido e de estar a contribuir para a instabilidade do partido.
A comissão política do CDS-PP aprovou, quarta-feira à noite, uma deliberação que reprova a conduta do líder parlamentar. Nuno Melo abandonou a reunião antes do final por considerar ilegal qualquer votação fora da ordem de trabalhos.
O texto da deliberação, proposto pelo presidente do CDS-PP, José Ribeiro e Castro, sustenta a reprovação acusando Nuno Melo de «não assegurar a coordenação indispensável com a direcção nacional e contribuir para um clima de instabilidade dentro do partido».
«A deliberação, aprovada de forma muito alargada, reprova o comportamento (de Nuno Melo) ao longo de todo o ano e culmina numa situação que foi pública», afirmou o vice-presidente do CDS, Sampaio Nunes, referindo-se ao jantar da passada quinta-feira, da concelhia de Lisboa, em que o líder parlamentar disse que o partido «sentia falta» do ex-presidente Paulo Portas.
Sobre esse jantar, Sampaio Nunes acusou Nuno Melo de ter feito «comentários pouco condignos com a linha traçada pela direcção» ao dizer que trabalharia, em 2007, para que o partido pudesse ser «bem liderado».
A deliberação foi aprovada com 31 votos a favor, dois votos contra e dois brancos, num universo de 35 votantes.
Questionado sobre se o líder parlamentar deveria demitir-se, Sampaio Nunes remeteu a pergunta para Nuno Melo que, acompanhado pelos deputados Nuno Magalhães, Hélder Amaral e António Carlos Monteiro, abandonou a sala momentos antes da votação alegando que a mesma era «ilegal» por não constar da ordem de trabalhos.
Uma opinião que não é partilhada por Sampaio Nunes que considerou a deliberação legal «porque foi tomada sob o ponto balanço do ano».