O PS considera que o caso que envolve o professor Fernando Charrua é apenas uma questão «administrativa». No dia em que Maria de Lurdes Rodrigues é ouvida no parlamento sobre este caso, o PSD diz que a ministra da Educação «não extraiu qualquer consequência política do processo».
O deputado socialista Luís Fagundes Duarte considerou que o caso Charrua, que será discutido, esta terça-feira no parlamento, com a presença da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, é apenas um «caso administrativo» e não um «caso político».
«Esse caso tem sido usado politicamente para de alguma maneira se tirar benefícios políticos de um caso que resultou de um gesto da administração. Aliás, nunca achámos que fosse um problema político, pensámos sempre que o assunto era administrativo», explicou, em declarações à TSF.
Por seu lado, o PSD continua a insistir que é preciso tirar ilações políticas deste caso, que resultou, em Abril, na suspensão de funções do professor e ex-deputado social-democrata Fernando Charrua, que entretanto viu o Ministério da Educação a pôr fim à sua requisição de serviço na DREN, onde trabalhava há quase 20 anos.
«Estamos perante um sinal, um aviso que foi dado à Administração Pública de que quem ouve numa conversa privada uma crítica, admito até de uma forma pouco educada, mas que fuja à linha oficial do PS, esse alguém, mesmo que exerça funções técnicas no seio de uma direcção regional, é punido e perseguido politicamente», explicou Pedro Duarte.
Ouvido pela TSF, o parlamentar social-democrata defende que os responsáveis por este caso, que levantou precedentes perigosos, ainda não foram punidos devidamente.
«A ministra da Educação continua impávida e serena em funções sem extraído qualquer consequência política deste processo, a directora regional que teve o comportamento pidesco, que o PSD pode denunciar desde o primeiro minuto, mantém-se em funções impávida e serena, sem também extrair qualquer consequência política», adiantou.
Por outro lado, Pedro Duarte recordou que o professor Fernando Churrua foi o único prejudicado com este caso, ao «ser excluído e eliminado do seu local de trabalho na DREN».
«Aquele que aparentemente foi o responsável pelo início de todo este processo, aquele que teve um comportamento de delação e de bufaria, esse foi promovido a assessor pessoal da directora regional» Margarida Moreira, concluiu Pedro Duarte.
A ida da ministra Maria de Lurdes Rodrigues foi viabilizada por todos os grupos parlamentares, depois de um requerimento a solicitar, com carácter de urgência, uma audição à titular da pasta da Educação.
Uma vez que a última reunião da Comissão de Educação aconteceu na sexta-feira, os grupos parlamentares concordaram em pedir ao presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, autorização para um encontro extraordinário para possibilitar a audição de Maria de Lurdes Rodrigues ainda esta semana, o que acontecerá esta terça-feira às 17:00.