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António Costa quer governar centrado nos lisboetas

O novo presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, promete cumprir o mandato até ao fim e diz que vai guiar-se por uma «carta de princípios» centrada nos lisboetas, onde o rigor, autenticidade e responsabilidade serão as palavras de ordem.

António Costa adiantou que se vai reger por alguns princípios que considerou fundamentais para a gestão de uma cidade melhor: «Responsabilidade, concentração em Lisboa e nos lisboetas, autenticidade nos propósitos, verdade no discurso e proximidade às pessoas».

Estes propósitos serão também válidos para «as relações que manterei com os outros órgãos do município», afirmou este socialista no discurso que fez na cerimónia de tomada de posse do executivo municipal saído das eleições intercalares de 15 de Julho.

António Costa dirigiu-se à Assembleia Municipal de maioria social-democrata, garantindo que vai cumprir «um escrupuloso respeito das competências, a maior diligência na satisfação de todas as informações solicitadas e uma leal solidariedade institucional».

O novo presidente da Câmara referiu os onze anos em que foi deputado municipal, entre 1982 e 1993, mandatos em que aprendeu «a importância do papel da Assembleia, em particular no acompanhamento e fiscalização da acção do executivo».

Aos vereadores deixou também uma palavra de confiança, adiantando estar consciente de que lhe é exigida «abertura de espírito, disponibilidade de diálogo, vontade para estabelecer pontes entre todos».

«É o que tenho feito e da minha parte podem estar certos de que assim continuarei a fazer», afirmou.

O autarca deixou ainda a garantia de que soube escutar os problemas que os lisboetas lhe transmitiram durante a campanha e prometeu por isso rigor para devolver a credibilidade ao município.

«Rigor na gestão do município, rigor na gestão financeira, do património municipal, dos recursos humanos, mas rigor também na gestão urbanística com regras claras, com transparência nos procedimentos, de modo a devolver credibilidade ao município e confiança aos investidores», afirmou.

«Credibilidade e confiança são também os objectivos das medidas que se impõem no tempo da urgência, o tempo do saneamento financeiro, o tempo do esclarecimento e resolução dos diversos casos urbanísticos que mancharam a credibilidade do município, o tempo de uma acção firme e determinada para pôr fim ao desleixo e desmazelo que foram tomando conta do espaço público da cidade», prosseguiu.

António Costa deixou ainda uma mensagem aos outros eleitos, a administração não pode ser um problema para os cidadãos.

«Os decisores políticos, nós ora empossados, devemos assumir as nossas responsabilidades. A administração existe para resolver os problemas e não para se constituir como problema para os cidadãos», afirmou.

«Se há problemas, infelizmente há muitos e graves, resolvamos responsavelmente e não adiemos a sua resolução enleados em manobras políticas que os cidadãos confirmaram não estar disponíveis para acompanhar», acrescentou.

Apesar do acordo anunciado esta quarta-feira entre o PS e o Bloco de Esquerda, os socialistas permanecem em minoria no executivo municipal precisando da colaboração de mais dois vereadores para governar em maioria.

Redação