O chefe da diplomacia portuguesa, Luís Amado, considera «perfeitamente compreensível» que as Nações Unidas prolonguem, por mais um ano, a missão no Líbano, sublinhando que será natural que Portugal também o faça.
Em declarações à agência Lusa, Luís Amado disse que «a decisão das Nações Unidas é perfeitamente compreensível», acrescentando que «seria incompreensível que as Nações Unidas não se mantivessem por mais tempo, uma vez que a fragilidade deste processo político é muito grande»
«O que está em causa é do interesse claro da comunidade internacional e, nessa perspectiva, todo o trabalho que as Nações Unidas aqui desenvolvem é absolutamente vital para o processo de estabilização do país», defendeu o ministro no final do segundo dia da sua deslocação pelos Balcãs, Líbano e Chipre.
No que respeita à continuação dos militares portugueses no Líbano, o ministro dos Negócios Estrangeiros considerou que será «também natural» que a posição de Portugal seja coincidente com a das Nações Unidas.
Para Luís Amado, mesmo sabendo que este tipo de decisões necessitam de ser discutidas no Conselho de Defesa Nacional, e após consulta ao presidente da República, Cavaco Silva, e à Assembleia da República, a orientação do governo será feita nesse sentido.
Solução no Kosovo é complicada, diz Amado
À agência Lusa, Luís Amado considerou ainda difícil conciliar as posições de Belgrado e Pristina em relação à independência do Kosovo.
«As posições estão muito extremadas e são difíceis de conciliar, mas, apesar de tudo, existe a oportunidade de termos uma nova ronda negocial», realçou.
Para os próximos meses de ronda negocial, o governante entende que «é importante que haja um forte empenhamento das partes e dos actores que acompanham a situação (União Europeia, Estados Unidos e Rússia) para encontrar uma solução que possa satisfazer todos os diferentes interesses».