O eurodeputado do Bloco de Esquerda, Miguel Portas, disse este sábado não partilhar das suspeitas dos seus colegas belgas, que pediram mais esclarecimentos sobre negócios da Somague, defendendo, no entanto, que o caso deve ser investigado.
Miguel Portas considerou que «está longe de ser provada» uma eventual ligação entre o financiamento ilegal da Somague ao PSD, em 2001, e o facto de aquela construtora ter participado num consórcio para uma obra pública
na Bulgária que poderá ter tido apoio comunitário.
«Acho muito bem que se investigue e que não deixe cair o assunto. Mas a hipótese de ligação entre esses dois factos distintos, eu não a faço. Mas acho bem que se investigue», afirmou Miguel Portas.
Destacando o lado político do financiamento ilegal da Somague ao PSD, Miguel Portas criticou o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, à altura o líder social-democrata, por «não ter tido a decência e a coragem
de partilhar responsabilidades com o seu secretário-geral».
«É que o secretário-geral, José Luís Arnaut, apesar de ter atirado as culpas para alguém que não pode falar, [Vieira de Castro, que se encontra doente], assumiu as responsabilidades objectivas», sublinhou.
Segundo noticia hoje o semanário Expresso, o grupo dos Verdes no Parlamento Europeu vai «exigir» à Comissão Europeia que forneça toda a documentação relativa aos negócios da Somague que beneficiaram de apoios comunitários.
A iniciativa dos Verdes surge na sequência de notícias sobre o financiamento ilegal da Somague ao PSD, em 2001, numa altura em que o partido era dirigido por Durão Barroso, actual presidente da Comissão Europeia.
O Expresso refere que o grupo dos Verdes no Parlamento Europeu não quer deixar cair a polémica, uma vez que já em 2005 tinha havido suspeitas sobre uma concessão à construtora na Bulgária.