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Cavaco apela à reforma do modelo social europeu

O Presidente da República defendeu esta terça-feira, em Estrasburgo, a reforma do modelo social europeu, de modo a fazer face aos desafios que a União Europeia enfrenta, como é o caso do envelhecimento da população. Cavaco Silva destacou empenho de Portugal no avanço da construção europeia.

O Presidente da República defendeu hoje a reforma do modelo social europeu, de modo a fazer face aos desafios que a União Europeia enfrenta.

«Questiono-me sobre se não estaremos no limiar da eficácia das políticas tradicionais de protecção social», disse Aníbal Cavaco Silva, numa intervenção perante a sessão plenária do Parlamento Europeu, em Estrasburgo.

«Como é que a Europa, que enfrenta o risco de um envelhecimento acentuado e de uma recessão demográfica sustentada, não valoriza o seu mais importante activo, que são as suas crianças e os seus jovens?», questionou, sublinhando a necessidade de reforma do modelo social.

Segundo o Chefe de Estado português, «facilitar a participação no mercado de trabalho, responsabilizar e dignificar o contributo de cada um na produção de riqueza e do bem-estar» é «a melhor protecção que pode ser dada a um cidadão contra a pobreza e a exclusão social».

Cavaco lembrou que, em 2010, Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social, as ambições da Estratégia de Lisboa - incluindo «o investimento nas pessoas e o combate à exclusão social» - serão avaliadas.

PR destaca empenho de Portugal no avanço da construção europeia

Na sua intervenção, Cavaco Silva destacou ainda o empenho da presidência portuguesa da União Europeia «no avanço da construção» europeia.

Neste sentido, o Presidente da República apelou «à convergência de esforços para que o novo Tratado possa ser concluído sob a presidência portuguesa», de modo a que a UE possa concentrar-se «nos desafios que preocupam os cidadãos europeus».

Perante os eurodeputados, o chefe de Estado enumerou esses desafios: crescimento económico, emprego, segurança, ambiente, energia e globalização.

Referiu também que «é necessário reconhecer a necessidade de o modelo social se adaptar aos novos desafios e aos novos contextos do mundo global e da sociedade de informação e do conhecimento».

O Presidente sublinhou ainda que o combate à pobreza não se confina às fronteiras da UE, considerando que «a inércia da Europa em relação a África poderá ter um pesado preço estratégico para a União».

Mandato aprovado para o Tratado reformador é para cumprir

O chefe de Estado deixou também claro que o mandato aprovado para a elaboração de um Tratado Reformador da União Europeia é para ser cumprido.

«Foi aprovado um mandato claro e concreto em Junho, devíamos cingir-nos a ele», de modo a haver acordo por ocasião da Cimeira Informal de Lisboa, defendeu.

Redação