PSD e CDS/PP não poupam críticas ao ministro da Administração Interna, Rui Pereira, na sequência do assalto de ontem em Viana do Castelo e das informações contraditórias avançadas pelas forças policiais.
Apesar do Gabinete Coordenador de Segurança ter garantido que não existiu qualquer desarticulação entre as polícias no caso dos quatro homens armados que assaltaram uma ourivesaria e o museu do ouro, o PSD e o CDS-PP não estão convencidos.
Pelos social-democratas Miguel Macedo critica o silêncio de Rui Pereira. O secretário-geral do PSD diz que o ministro da Administração Interna não foi correcto nas garantias que deixou ontem no Parlamento e chega mesmo a falar em «trapalhada».
«Quem tem de responder política e publicamente por aquilo que disse é o ministro da Administração Interna, julgo aliás que fica mal que ontem tenha sido muito afoito na Assembleia da República a anunciar coisas que não correspondiam à verdade e hoje se esconda atrás dos diversos responsáveis das forças de segurança», adianta.
Miguel Macedo considera que é preciso «reclamar do ministro uma explicação pública» e encara o que se passou como «uma trapalhada política que ajuda os cidadãos a aumentarem a intranquilidade face ao que se tem passado no domínio da criminalidade».
Também o CDS/PP aponta o dedo a Rui Pereira. Paulo Portas concorda que é o próprio ministro da Administração Interna que provoca insegurança.
«Não há nada que gere mais insegurança do que o ministro responsável pelas polícias mostrar ele próprio insegurança, porque isso leva a que os cidadãos perguntem legitimamente em que mãos depositámos a lei e a ordem do país, leva a que as forças de segurança, por natureza hierárquicas, sintam a desorientação e que os ambientes relacionados com o crime sintam que no Estado existem vulnerabilidades», adiantou.
Paulo Portas considera que o Estado respondeu ao assalto ao ouro em Viana do Castelo como «uma orquestra desafinada, cada força de segurança a dizer sua coisa e o ministro provavelmente a dizer o que não se confirmou ou porque teve informações erradas ou porque se precipitou».
O primeiro-ministro José Sócrates deve por isso ir ao Parlamento esclarecer os deputados, defende Paulo Portas.
O CDS/PP alinha na críticas ao ministro da Administração interna sobre o que considera ser a descoordenação das forças policiais no caso do assalto em Viana do Castelo.