O secretário-geral do PCP avisou este domingo, o primeiro-ministro, de que o «discurso dos sacrifícios já não pega». No discurso de encerramento da Festa do Avante!, Jerónimo de Sousa exigiu medidas para travar a subida das taxas de juro, o desemprego e endividamento das famílias.
O desemprego e o endividamento das famílias estiveram no centro do discurso de encerramento da Festa do Avante!, proferido pelo secretário-geral do PCP, acontecimento que marca a "rentrée" política dos comunistas.
Perante milhares de militantes, na Quinta da Atalaia, Seixal, Jerónimo de Sousa alertou que «o endividamento e o aumento dos juros se tornaram, este ano, um preocupante e grave problema social» que exige medidas do Governo.
Considerando que «o aumento das taxas de juro está a transformar-se num garrote que estrangula a vida das famílias, em particular dos jovens casais», Jerónimo de Sousa defendeu que «é preciso pôr um travão nos aumentos (das taxas de juro) e o Governo português não pode continuar a acompanhar as posições dos fundamentalistas do monetarismo».
No seu discurso, o secretário-geral passou em revista aquilo que considera os anos de cooperação estratégica entre o primeiro-ministro, José Sócrates, o Presidente da República, Cavaco Silva.
Educação, Saúde, Justiça e leis laborais , onde os comunistas falam numa declaração de guerra aos trabalhadores, foram temas de destaque.
«Face a tal situação, o PCP lança a partir desta festa do avante uma acção nacional contra o desemprego, a flexigurança, a precariedade, o baixo nível de vida e as injustiças sociais, pela dignidade do trabalho e trabalho com direitos sob o lema - Basta de injustiças, mudar de politica por uma vida melhor!», disse.
Esta acção nacional passa, segundo o líder do PCP, por informar e esclarecer mas também por mobilizar os trabalhadores para a luta do PCP. Neste sentido, ficou também um apelo a um forte empenho na manifestação nacional convocada pela CGTP para 18 de Outubro, data da cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, em Lisboa.